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Olhares brasileiros sobre Cervantes

Uma exposição em São Paulo mostra como é vista a figura do autor do 'Dom Quixote' no imaginário artístico latino-americano

Interpretação de Cervantes
Interpretação de CervantesTeodora Freire

Miguel de Cervantes, aquele espanhol que criou uma das grandes personagens da literatura universal, já ocupa um lugar no imaginário do mundo inteiro. Cada cultura se apropria de um escritor de um jeito diferente. Por isso hoje há muitos Cervantes, até um Cervantes específico da América Latina. Um Cervantes que até pode ser representado com referências a Lampião, como fez a espanhola Teodora Freire, residente há muitos anos no Brasil. Essa obra faz parte da mostra aberta nesta sexta-feira em São Paulo com grafites, aquarelas, pinturas, fotomontagens e inclusive um bordado (do paulistana Julio Cesar Basle), imagens todas que jogam com o rosto de um dos fundadores do romance moderno.

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Tudo começou nas aulas do Instituto Cervantes, a instituição do Governo espanhol que tenta espalhar essa língua pelo mundo e que tem o nome do autor de Dom Quixote. Em 2016, quando foi comemorado o quarto centenário da morte do escritor, os estudantes brasileiros de espanhol fizeram como atividade a composição de dois grandes poemas coletivos.

A partir desses versos, 21 artistas de vários países da América Latina procuraram inspiração para as suas obras. Ainda que o rosto do escritor seja um ponto em comum entre as obras, suas feições, na verdade, são um mistério: o único que se sabe dele é que tinha um nariz grande e reto, e seis dentes, segundo a descrição que ele fez de si mesmo em umas das suas obras mais conhecidas, as Novelas Ejemplares,como lembram os curadores da exposição, a cervantista espanhola Marta Pérez Rodríguez e Carlos Jiménez, da galeria paulistana Gode. Isso além da lenda de que ele perdeu um braço na batalha de Lepanto contra os turcos. 

A mostra, apresentada na sala de exposições do Instituto Cervantes, na Avenida Paulista, também enseja a oportunidade de descobrir uma das partes menos conhecidas da obra do escritor, a sua poesia. Cada uma das obras vem acompanhada de versos do autor de Dom Quixote colhidos pelo cervantista espanhol José Montero Reguera. A exposição estará aberta até o dia 29 de julho. 

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