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Trump quer que muro na fronteira com o México seja um painel solar

Presidente dos EUA reitera promessa de blindar a fronteira em comício no estado de Iowa

Pablo de Llano Neira
Trump no comício em Iowa nesta quarta-feira.
Trump no comício em Iowa nesta quarta-feira.REUTERS/EFE
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“Estamos pensando em construir o muro como um muro solar que produza energia e se pague sozinho”, disse Donald Trump em um comício em Cedar Rapids (Iowa) nesta quarta-feira. O presidente dos Estados Unidos propôs que o muro que pretende completar na fronteira com o México seja revestido com painéis solares. “Muito criativo, não é? Foi ideia minha”. Trump defende que o “muro solar” será bom para o México porque esse país “terá que pagar muito menos” por ele. Desde a campanha eleitoral, o titular da Casa Branca insiste que fará o vizinho arcar com os gastos de um eventual muro. O México respondeu diversas vezes que em hipótese alguma assumirá essa exigência.

Trump já havia mencionado a ideia do muro como um enorme gerador de energia durante uma reunião com legisladores republicanos em 6 de junho. Mas foi nesta quarta-feira em Iowa que a lançou em público pela primeira vez. Entusiasmado com seu plano, gabou-se de sua experiência na construção e argumentou diante milhares de simpatizantes que a fronteira sul dos EUA “é um dos lugares onde a energia solar funciona realmente bem”. “Muito calor, muito sol”, ressaltou.

Seu discurso em Iowa recuperou a retórica mais sensacionalista sobre a imigração. Além da novidade do anúncio de transformar o muro em um complexo de energia solar, sublinhou sua intenção de fazer uma deportação em massa de indocumentados, reduzindo a questão migratória a um de seus temas recorrentes, a violência das gangues: “Vamos expulsar deste país esses assassinos horríveis”, bradou. “São piores que a Al Qaeda. São verdadeiros animais e vamos tirar milhares deste país”.

Durante o discurso, Trump, que com 40% de aprovação popular atravessa sua fase mais fraca desde a posse em 20 de janeiro, investiu contra o Partido Democrata por recusar-se a apoiar, no Senado, seu projeto de reforma da saúde, que implica no desmonte do modelo assistencial promovido por Barack Obama. Qualificou a oposição de “obstrucionista” e concluiu: “Mesmo que tivéssemos o melhor plano sanitário da história mundial, não obteríamos nem um voto democrata”.

Cinco dias depois do discurso em Miami no qual anunciou a reversão parcial da política de normalização bilateral de Obama com Cuba, Trump voltou a disparar contra Havana e enalteceu suas medidas contra o regime, mas não descartou a possibilidade de sentar-se à mesa com o Governo cubano para redefinir a relação: “Os EUA se manterão firmes contra a opressão comunista. Faremos um acordo muito melhor”.

A China foi outro alvo no comício. Trump pediu que Pequim controle Pyongyang. “Eu gosto do presidente Xi [Jinping]”, disse, para depois frisar: “Eu gostaria de ter um pouco mais de ajuda com a Coreia do Norte”. A temperatura do conflito entre os EUA e o regime de Kim Jong-un subiu depois do falecimento, na segunda-feira, do estudante norte-americano Otto Warmbier por danos neurológicos sofridos durante seu cativeiro na Coreia do Norte.

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