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Editoriais
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Aviso para o SPD

Terceira derrota da social-democracia contra Merkel obriga a uma reação antes das eleições legislativas de setembro

A candidata do SPD na Renânia do Norte-Vestfália, Hannelore Kraft, anunciou sua renúncia após os péssimos resultados obtidos nas eleições regionais.
A candidata do SPD na Renânia do Norte-Vestfália, Hannelore Kraft, anunciou sua renúncia após os péssimos resultados obtidos nas eleições regionais.FELIPE TRUEBA (EFE)

A terceira derrota consecutiva da social-democracia alemã em eleições regionais deve levar a uma reação do SPD, um partido que não consegue se conectar com o eleitorado apesar de ter eleito um novo líder em março passado: Martin Schulz. A nova vitória dos conservadores de Angela Merkel — desta vez em um reduto tradicionalmente de centro-esquerda — apresenta um panorama complicado para a força progressista nas eleições legislativas de setembro próximo.

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A vitória conservadora na Renânia do Norte-Vestfália significa um avanço de oito pontos em comparação com os resultados de 2012, e é um duro golpe para o novo projeto social-democrata alemão, que vê como os 39% obtidos em 2012 diminuem para 31%. Schulz pretende se apresentar como uma alternativa séria ao modelo de Governo conservador representado pela atual chanceler e ao perigoso discurso populista de extrema-direita que ganha cada vez mais seguidores na Alemanha. No entanto, Merkel, que está à frente do Governo há quase 12 anos, não parece notar o desgaste pois ainda lidera com uma vantagem de 10 pontos acima do seu rival social-democrata nas pesquisas prévias à eleição de setembro. E embora Schulz tenha razão quando afirma, frente à avalanche de resultados negativos, que não é “mágico”, o fato é que agora recai sobre ele a responsabilidade de evitar um autêntico desastre de um partido, e uma forma de entender a sociedade, que foi central para a Alemanha e a Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Nas eleições locais de domingo aconteceu novamente a transferência de votos da extrema esquerda para a antieuropeia e xenófoba Alternativa para a Alemanha (AfD), que obteve 7% dos votos, o suficiente para entrar no parlamento regional. A AfD já está presente em 13 dos 16 parlamentos regionais que existem na Alemanha. Um movimento muito semelhante ao que aconteceu no eleitorado francês, algo que os partidos tradicionais deveriam prestar atenção.

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