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United Airlines faz acordo amistoso com passageiro expulso à força de voo

Após o episódio, companhia aérea subiu para 10.000 dólares incentivo máximo por ‘overbooking’

A cabine de um avião de United Airlines
A cabine de um avião de United AirlinesTed S. Warren (AP)

A expulsão forçada do passageiro David Dao foi produto de uma sucessão de erros nos protocolos seguidos pela United Airlines em casos de venda de passagens acima do número de lugares disponíveis. A companhia revisou o sistema e elevou para 10.000 dólares (cerca de 32.000 reais) o incentivo máximo que será oferecido a um cliente por liberar seu assento, enquanto atualmente o valor é de 1.350 dólares (4.300 reais). Além disso, a empresa chegou a um acordo amistoso com Dao para evitar uma ação judicial, mas os detalhes foram mantidos em sigilo.

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Óscar Muñoz, o executivo-chefe da United, havia estabelecido um prazo até 30 de abril para a empresa fazer uma revisão da política seguida nos casos de overbooking. A companhia aérea segue com essa compensação a sua rival Delta Air Lines, que anunciou em pleno alvoroço um incentivo de até 9.950 dólares. A quantidade excede notavelmente a prevista na norma que fixa os direitos dos passageiros.

Esta compensação por deixar livre o assento será concedida, no entanto, em situações muito específicas. Muñoz já antecipou na semana passada que não recorrerá mais a agentes de segurança para desembarcar os passageiros e estabeleceu que os assentos com reserva não poderão ser liberados nos 60 minutos prévios à saída do voo para dar lugar a membros da tripulação.

Muñoz, que renunciou a assumir no próximo ano a presidência da companhia, explica que as novas medidas têm como objetivo reduzir ao máximo os casos em que os passageiros devam ser obrigados a abrir mão de seu assento de modo involuntário. “Muitas coisas saíram errado naquele dia”, admite, depois de concluir a revisão dos protocolos, “e nos impediram de fazer o correto”.

A United considera que cometeu um erro ao chamar os agentes de segurança sem haver um risco para o voo. Também admite que não foi oferecida ao cliente uma compensação adequada, entre outros motivos porque os funcionários que o atenderam não tinham autoridade para proporcionar-lhe uma alternativa viável para que pudesse chegar a seu destino. O pessoal tampouco estava treinado para lidar com coisas assim.

Óscar Muñoz deve depor na semana que vem em um comitê do Congresso dos EUA para explicar o ocorrido e apresentar as medidas, que se resumem a 10 pontos. Além dos anúncios feitos previamente, a companhia aérea pedirá ao passageiro no momento de processar o cartão de embarque por via eletrônica a quantia que estaria disposto a aceitar para liberar seu assento.

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