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Seis chaves para as eleições francesas

Macron é o favorito nas pesquisas, mas 30% de seus simpatizantes estão indecisos

Kiko Llaneras
THOMAS COEX (AFP)

Neste domingo é realizado o primeiro turno das eleições francesas. Da votação sairão os dois candidatos que disputarão a presidência da França em 7 de maio. Estas são as chaves das pesquisas eleitorais.

1. É uma eleição aberta, e quatro candidatos têm chances reais

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Os favoritos para o segundo turno são o centrista Emmanuel Macron e a direitista Marine Le Pen, mas há outros dois aspirantes: François Fillon e Jean-Luc Mélenchon. Eles estão três pontos atrás nas sondagens, e não seria grande surpresa vê-los no segundo turno.

2. Há muitos indecisos, uma notícia ruim para Macron

Cerca de 26% dos eleitores dizem que sua decisão não é definitiva, segundo o Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP) (pdf). Os mais indecisos são os partidários do socialista Benoît Hamon: 26% ainda têm dúvida e são uma das grandes incógnitas deste domingo. Se acabarem votando em Mélenchon, poderiam fazê-lo despontar. Os mais decididos são os partidários de Marine Le Pen: 85% não têm dúvida. Isso consolida o terreno da candidata ultradireitista.

3. Existem motivos para o voto tático no primeiro turno

O sistema de eleição francês geralmente evita essa lógica: uma pessoa pode eleger seu candidato preferido no primeiro turno, para depois escolher o menos ruim no segundo. Mas a possibilidade de que Le Pen – rejeitada por muitos eleitoress – esteja na segunda votação faz com que muitos eleitores se coordenem. Isso explicaria a queda de Hamon em favor de Mélenchon. Uma lógica parecida pode fazer com que os eleitores de Nicolas Dupont-Aignan (que tem 3% dos votos, segundo as pesquisas) no final escolham outro candidato entre os quatro primeiros. Esse também é um motivo de incerteza: não sabemos quantas pessoas tomarão essas decisões, nem em qual sentido.

4. Quase todas as pesquisas na França foram feitas on-line

As sondagens pela internet mostraram ser confiáveis em países onde são habituais, como Estados Unidos e Reino Unido. Também na França têm sido usadas, ao menos desde as eleições presidenciais de 2012. Ainda assim, o fato de não haver variedade é uma desvantagem: seria melhor ter métodos diferentes e que indicassem resultados similares. Uma das poucas pesquisas telefônicas na França foi feita há um mês e chamou a atenção por um motivo: foi a única que deu o segundo lugar para Mélenchon.

5. Os eleitores de Le Pen e Mélenchon

Segundo o Ifop, a candidata da Frente Nacional é a mais popular entre os trabalhadores (43% votariam nela, duas vezes mais que em Mélenchon e Macron); entre os jovens (30% na faixa de 25 a 34 anos); entre as pessoas com menos formação (33%); e nas regiões rurais (26%). Le Pen tem menos sucesso entre os universitários (7%), os estudantes (9%), em Paris (9%) e entre os maiores de 64 anos (14%).

Mélenchon também tem um eleitorado com singularidades. O candidato da esquerda alternativa tem mais chegada entre os jovens (23% do voto entre pessoas com menos de 35 anos), os estudantes (29%) e os funcionários públicos (28%). Mas ele tem menos êxito entre as pessoas sem o secundário completo (16%) e os aposentados (11%).

 6. Cuidado com as pesquisas do segundo turno

Até agora, as sondagens publicadas sobre possíveis duelos na segunda etapa da votação são claras: Macron ganharia de qualquer rival, e Le Pen perderia também contra Fillon e Mélenchon. No entanto, é arriscado fazer previsões definitivas com esses dados. Os entrevistados respondem a perguntas sobre cenários hipotéticos, sobre os quais ainda não refletiram nem discutiram. Por exemplo, as pesquisas indicam que Mélenchon ganharia de Fillon numa eventual disputa entre os dois. Mas as preferências dos votantes dificilmente podem ser consideradas definitivas, já que se trata de um cenário que nem era levado em conta até há poucos dias.

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