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Justiça alemã diz que radical islâmico detido não tem ligação com o atentado em Dortmund

Promotoria quer que ele continue na prisão por supostamente fazer parte do EI no Iraque

Vários policiais na terça-feira ao lado do ônibus do Borussia Dortmund em Dortmund (Alemanha).
Vários policiais na terça-feira ao lado do ônibus do Borussia Dortmund em Dortmund (Alemanha).MARTIN MEISSNER (AP)

Com o passar das horas, a confusão aumenta sobre as causas e a autoria do ataque contra o ônibus dos jogadores do Borussia Dortmund que feriu o jogador espanhol Marc Bartra e um policial. A Justiça alemã disse na quinta-feira que “não existem provas” que permitam vincular o único detido com a detonação de três explosivos nas imediações do hotel em que estava concentrada a equipe de futebol em Dortmund. A Promotoria Federal pediu, entretanto, que seja prolongada a prisão do suspeito por ele supostamente fazer parte do Estado Islâmico no Iraque, de onde voltou via Turquia no ano passado.

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“A investigação não permitiu por enquanto encontrar provas que demonstrem que o suspeito participou do atentado”, disse a Promotoria em um comunicado. Afirma também que o acusado é suspeito de ter se juntado ao EI no Iraque no final de 2014. “As investigações indicam que liderou um comando de 10 pessoas. Sua unidade era encarregada de organizar sequestros, extorsões e assassinatos”. Em março de 2015, o suspeito viajou à Turquia e de lá foi para a Alemanha no começo de 2016. Na Alemanha, o acusado continuaria mantendo contato com membros do EI.

Na quarta-feira a polícia prendeu Abdul Beset A., um jovem iraquiano de 25 anos, considerado suspeito de participar do atentado. A imprensa local publicou que o detido era vigiado pela polícia há tempos. A Promotoria Federal alemã informou por sua vez na quarta-feira que o suspeito pertencia ao “espectro radical” e deu detalhes sobre as três cartas idênticas, encontradas no local do atentado nas quais os responsáveis diziam agir em nome de Alá. Os investigadores ainda tentam elucidar a veracidade das cartas.

Mas o ministro do Interior da Renânia do Norte-Westfalia, Ralf Jäger, disse na quarta-feira que todas as linhas de investigação continuam abertas. “Podem ser extremistas de esquerda, de direita, torcedores violentos e radicais islâmicos” afirmou Jäger.

O jornal Bild publicou uma imagem do texto da carta de 15 linhas encontrada no local do atentado. “Em nome de Alá”, é o começo da carta que exige que a Alemanha abandone a coalizão internacional que luta contra o EI e o fechamento da base norte-americana de Ramstein no sudoeste da Alemanha. O Bild ouviu a opinião de um especialista em atentados de radicais islâmicos, que ressalta que esse tipo de reivindicação é inédito tanto pela forma como pelo conteúdo.

Na terça-feira às 19h15 da tarde (14h15 de Brasília) três bombas explodiram na passagem do ônibus que transportava os jogadores do Borussia Dortmund ao estádio. A explosão feriu o jogador espanhol Marc Bartra e um policial motorizado que escoltava o ônibus.

Os agentes da polícia revistaram na quarta-feira o apartamento do jovem preso e interrogado em Wuppertal, ao sul de Dortmund, e também no Estado da Renânia do Norte-Westfalia. O detido foi investigado uma vez por violência doméstica, de acordo com o jornal Kölner Stadt-Anzeiger. O Bild também afirma que se suspeitava que o preso poderia ter explosivos, como se deduziu pela interceptação de uma ligação telefônica. Na revista de sua casa, entretanto, não foram encontrados explosivos.

Na Alemanha a segurança se transformou em dos grandes assuntos que pairam sobre as eleições gerais de setembro, especialmente após o atentado à feira de Natal em Berlim em dezembro. Assim como aqui na Renânia do Norte-Westfalia, onde ocorrerão eleições regionais em maio e onde boa parte dos eleitores questionam a eficiência dos serviços de inteligência e da polícia.

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