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Buffon: “O Barça é tão forte que cria seu destino como quiser”

Goleiro da Juventus elogia trio MSN e está animado para avaliar o real nível de sua equipe após as oitavas de final

Jordi Quixano
Buffon confia em classificação na Champions.
Buffon confia em classificação na Champions.Stefano Rellandini (Reuters)

– Você é o único dos grandes goleiros que não levou um gol de Messi... Sabia disso?

Antes de terminar a pergunta, Buffon alisou o cabelo e cobriu um pouco o rosto enquanto soltava um sorriso nervoso, também engraçado.

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– Eu sabia, tinha esquecido e agora você está me lembrando... Não sei, acho que joguei poucas vezes contra ele. E também sempre tive defesas que dificultaram as coisas para ele. Acho que embora dependa um pouco de mim, depende mais do destino e também de Messi.

Precisamente o camisa 10 e Neymar são os ídolos de seus filhos. “Isso significa que têm bom gosto e que estão no bom caminho”, brincou o goleiro da Juventus. Mas, para além das brincadeiras, Buffon deu uma entrevista coletiva digna de ser guardada, um discurso com sentimento e argumento. Juventus e Barcelona se enfrentam às 15h45 (de Brasília) desta terça-feira, no Juventus Stadium, pelo jogo de ida das quartas de final da Champions League.

Allegri: “Eles dão espaços e nissos deveremos ser valentes”

O técnico da Juve, Massimiliano Allegri, adiantou que apenas dois jogadores que jogaram a final de 2015 em Berlim estarão no time titular de amanhã, assim Buffon e Bonucci saem jogando enquanto Barzagli e Lichtsteiner ficam no banco. É a décima vez que o técnico mede forças com o Barça (oito com o Milan e mais a final europeia) e tem claro por onde podem criar problemas: “O passado não pode ser mudado. É o jogo. Mas o importante é ter a confiança de poder marcá-los e devemos bater onde eles têm dificuldade. Dão espaços atrás e nisso devemos ser valentes”.

Allegri anunciou que vai variar a altura de suas linhas – “são 100 minutos e em uma partida há muitas partidas e devemos interpretar tudo rapidamente” – e disse que não ficará atrás. “Não vejo porque temos que renunciar a jogar com quatro ou cinco atacantes”, afirmou; “são quartas de final e temos de jogar com convicção. Especialmente porque eles são uma equipe ainda mais forte do que em 2015 e os três atacantes sempre garantem um gol.” Mas não descartou suas chances: “Somos uma equipe forte e importante, e crescemos muito na Champions League”. Mas, depois do 6x1 sobre o PSG, ele sabe o que pode encontrar pela frente: “Esse jogo mostrou que não se pode dar nada como garantido”.

Buffon, que recentemente completou 1.000 jogos em sua carreira, sabe o que é jogar contra o Barcelona e tem muito claro que rival vai enfrentar. “É uma equipe com uma filosofia bem definida que a levou às vitórias que todos conhecemos”, começou; “e estou ciente da lucidez e do potencial deles, então não podem nos pegar de surpresa”. E fez uma reflexão profunda: “O Barça ganha ou perde por méritos ou deméritos próprios, é tão forte que cria seu destino como quiser. Isso faz com que você entenda o grande respeito que temos por essa equipe. No entanto, não queremos ser uma vítima, mas tentar jogar com coragem uma oportunidade que ganhamos”. O Barça também merece, pois foi capaz de eliminar o PSG depois de virar um 4 x 0 com um expressivo 6 x 1. “Quando você acha que já viu tudo, a vida te surpreende e te mostra uma coisa nova. É um choque, mas você o aceita com vontade. Não foi apenas o resultado da partida de ida, mas o rival, eram oitavas de final. Tudo prenunciava o contrário. E veja que quase tenho devoção pelo Barça e seus jogadores, mas se podia pensar que o PSG marcaria e seis gols parecia que não fariam nunca... Do ponto de vista esportivo e até mesmo social é um enorme ensinamento de que tudo é possível”.

Ele quis fazer mais elogios ao trio do Barça. “Com esses atacantes, eles têm uma força devastadora na frente. Mas a coisa bonita é que são altruístas, que se dão bem e que há muito respeito e prazer em jogar juntos... Isso faz você entender que essa eliminatória será ainda mais difícil, pois não iremos competir contra três individualidades, mas contra jogadores compenetrados”. Mas tampouco quis se mostrar frágil, pois acredita em suas possibilidades. “Faz 22 anos que espero que este seja o ano. Quando você começa, desde o primeiro minuto, você deve pensar nisso. E se forem melhores, então você aceita e os cumprimenta”, observou. E desenvolveu: “Fizemos um percurso diferente, estamos de volta aonde a história dizia que merecíamos estar. Amadurecemos, temos mais experiência e autoestima para não sermos a vítima sacrificada”. E concluiu: “É uma das equipes mais fortes que poderíamos encontrar, mas será bonito saber onde estamos”.

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