_
_
_
_
_

O mundo reage ao primeiro ataque militar de Donald Trump

Presidente dos EUA recebeu, pela primeira vez na presidência, forte apoio dentro e fora de seu país

HANDOUT (REUTERS)

Os Estados Unidos atacaram de surpresa, na madrugada desta sexta-feira (noite de quinta no Brasil),  uma base do exército da Síria, controlado pelo regime de Bashar al Assad. O Governo de Donald Trump utilizou 59 mísseis Tomahawk  contra a base aérea de Shayrat, em Homs, no norte do país, em represália pelo bombardeio com armas químicas que matou 86 pessoas na terça-feira, incluindo 30 crianças. Uma intervenção direta no país era rejeitada até poucos dias atrás pela atual Administração. Assim, o ataque desta quinta representa uma guinada completa na política de Washington com relação à Guerra Civil da Síria e abre uma possível via de conflito com Moscou, principal protetor do regime. Líderes democratas e republicanos apoiam a ofensiva, assim como a OTAN e países como Israel, Arábia Saudita e o Reino Unido. Já a Rússia condenou a operação, afirmando tratar-se de uma agressão contra um país soberano.

Veja como foi o dia posterior ao ataque dos Estados Unidos na Síria.

Encerramos este minuto a minuto. Mais informações sobre a repercussão do bombardeio na Síria no site http://brasil.elpais.com/
Imagem pós-ataque na Síria divulgada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Ela mostra depósitos de aeronaves atingidos. (Foto: HANDOUT/DigitalGlobe)
Com ataque à Síria, Trump obtém sua primeira vitória política. Lei mais: http://cort.as/w6BY
Análise: "A tentação síria de Trump". http://cort.as/w5tb
O que são os mísseis Tomahawk? Cinco pontos-chave do ataque de Trump à Síria. http://cort.as/w5SG
Hillary Clinton defendeu o ataque a bases aéreas sírias horas antes da ordem de Trump. http://cort.as/w67B
Conselho de Segurança. Rússia tomou a palavra chamando a intervenção dos Estados Unidos na Síria de "flagrante violação" da legislação internacional. Ele ressalta que grupos terroristas como o Estado Islâmico estão celebrando o bombardeio. A Rússia acusa Washington de ter optado por uma forma diferente de cooperação e chama de hipócrita os que falam que a intervenção unilateral norte-americana vai impulsionar o processo político.
Conselho de Segurança. China pede retomada, o quanto antes, do diálogo político, para que se resolva o conflito na Síria. Para evitar maior deterioração da situação, o representante chinês afirmou que as Nações Unidas devem ser o canal de mediação. "Os meios militares não vão funcionar", concluiu ele, "só irá complicar a situação na região".
Conselho de Segurança. "Caíram máscaras", disse o embaixador da França na ONU, Francois Delattre. Ele considera que a atual situação na Síria se deve ao recente veto da Rússia. O diplomata apoiou a ação militar dos EUA, dizendo que "é uma resposta legítima aos ataques químicos". "Era imperativo intervir", conclui, chamando a Rússia a respeitar os seus compromissos com a paz. Leia mais sobre o veto da Rússia: http://cort.as/w62z
Conselho de Segurança. O embaixador do Reino Unido nas Nações Unidas, Matthew Rycroft, disse que o regime sírio está tentando colocar a Rússia em evidência, uma estratégia " falha". "O ditador marionete que eles [Rússia] apoiam está humilhando o país", disse. "Qual a razão para continuar protegendo alguém que viola o direito internacional repetidamente."
Jeffrey Feltman, secretário-geral adjunto das Nações Unidas, abriu a reunião extraordinária do Conselho de Segurança, em Nova York. "O uso de armas químicas não pode ser tolerado", afirmou, pedindo que o regime sírio proteja seus cidadãos. Ele clamou para que haja moderação entre os países após o bombardeio americano, e que seja renovado o compromisso para uma solução política.
O embaixador de França nas Nações Unidas, Francois Delattre, considera que o bombardeio dos Estados Unidos manda um aviso importante para o regime sírio. O diplomata espera que a intervenção militar provoque "uma mudança no jogo" e favoreça a discussão política.
Conselho de Segurança: "Apoiamos plenamente a ação dos Estados Unidos", afirmou o embaixador britânico, Matthew Rycroft, no Conselho de Segurança da ONU. O diplomata considera que "chegou o momento de focar no processo político para estabelecer uma paz duradoura em Síria".
Análise de José Ignacio Torreblanca, chefe da editoria de Opinião do EL PAÍS: "É certo que esses mísseis incomodam um pouco Moscou, transformado no garantidor da integridade do regime sírio. Mas não cai mal para Trump aparecer, ainda que por apenas dez minutos, como alguém que não está plenamente alinhado com Putin, a quem, recordemos, um líder com a incontinência verbal de Trump não dedicou uma só diatribe ou reprovação". Leia o texto completo aqui: http://cort.as/w5tb
Jan Martínez Ahrens, correspondente do EL PAÍS Washington: "Foram necessários apenas quatro minutos para que Donald Trump se mostrasse como guardião da ordem internacional. O presidente dos Estados Unidos rompeu com seu isolacionismo e conseguiu, na noite desta quinta-feira, sua primeira vitória política com um ataque surpresa contra o regime Assad. 59 mísseis Tomahawk destruíram a base aérea de Shayrat (Homs) em represália pelo bombardeio com armas químicas que matou 86 pessoas na terça-feira, incluindo 30 crianças. Foi um golpe preciso, avisado com antecipação aos russos, que muda a configuração do conflito sírio, azeda a lua de mel com Moscou e lança uma clara advertência ao Irã e Coreia do Norte: os Estados Unidos atacarão sem perguntar os que cruzem suas linhas vermelhas. Pela primeira vez, dentro e fora de seu país, Trump recebeu um forte apoio".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou seu completo apoio à “forte e clara mensagem” enviada pelo ataque dos EUA na Síria. “Tanto em suas palavras como em suas ações, o presidente Trump adverte que o uso de armas químicas não será tolerado”, disse Netanyahu em nota. “Israel espera que esta mensagem de determinação perante as horrendas ações do regime de Assad tenha eco não só em Damasco como também em Teerã, Pyongyang e em outras partes”.
A Coalizão Nacional Síria, que agrupa parte da oposição ao regime, comemorou a represália norte-americana às atrocidades do regime, insistindo para que Washington e seus aliados destruam o resto das bases governamentais de Assad, a fim de “neutralizar sua capacidade aérea”.
Leia mais sobre o ataque que destruiu uma base aérea e deixou, ao menos, 16 mortos, segundo autoridades sírias. http://cort.as/w5h8
Manifestações de apoio aos Estados Unidos.
O governo da Jordânia afirmou que o bombardeio dos Estados Unidos foi "uma resposta necessária e apropriada" ao ataque químico atribuído às forças do regime de Bashar al-Assad, declarou o porta-voz do governo, Mohamed al Momemi, à agência de notícias Petra. As autoridades de Jordânia consideram que foi "un acto inhumano", por que entende que deve ter "reacções internacionais" como a realizada pela Administração de Donald Trump.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_