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Casemiro está em todas

Volante da seleção brasileira encanta Madri e não para de receber elogios de Zidane

GORKA PÉREZ
Casemiro foi um dos destaques da vitória do Real.
Casemiro foi um dos destaques da vitória do Real.Luis Tejido (EFE)

"Case" ou "Casies" Casemiro. Assim Zidane e o resto de seus companheiros chamam carinhosamente o brasileiro, risonho fora do campo, uma fera dentro dele. O volante completou 88 jogos com a camisa do Real Madrid e, com o tento marcado no último sábado, chegou ao quarto gol pelo time merengue. Convocado novamente por Tite, ele se apresenta neste domingo à seleção brasileira para as duas rodadas das Eliminatórias sul-americanas, diante de Uruguai e Paraguai. Em alta, as duas personalidades distintas do brasileiro convergem para transformá-lo cada dia mais em uma unanimidade em Madri.

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Basta ver como fecha a cara sobre o gramado e como libera a pressão depois, com várias risadas. Em San Mamés, ele se transformou no jogador que todos os outros procuraram. Uns, os vermelhos e brancos do Athletic Bilbao, para tentar cobrar as contas pendentes, e os outros, os de branco do Real Madrid, para usar novamente seus pulmões como o melhor salva-vidas para se agarrar. “'Case' fez uma grande partida no meio-campo”, reconheceu Zidane depois da vitória por 2 x 1 neste sábado, pelo Campeonato Espanhol. Pouco dado a elevar o indivíduo acima do grupo, o técnico francês tentou incluir na conquista geral o que Casemiro tinha conseguido de forma especial na batalha individual.

Fora da partida contra o Bétis por ter quatro cartões amarelos e para evitar que pudesse perder o encontro de San Mamés, Casemiro recuperou seu lugar no meio-campo junto a Kroos e Modric. Seu papel secundário voou pelos ares quando o croata foi perseguido por Iturraspe e Beñat e precisou passar a bola a seu companheiro. Corpulento como é (1,84m de altura), Casemiro se chocou com todos os jogadores do Athletic que entraram em seu caminho. Teve uma trombada forte com Iturraspe quando o brasileiro correu para proteger um companheiro, se chocou com Aduriz, que terminou em seu quinto cartão amarelo, e disse tudo que podia para Muniain assim que o juiz apitou o final de jogo.

Uma peça fixa e sem substituto

“O que acontece dentro do campo fica dentro do campo. Eles estão defendendo o Athletic e eu, o Real Madrid. Adoro jogar essas partidas. Cada um defende seu clube e eu estou aqui para defender o Madrid”, reconheceu o jogador. Não apenas executou novamente seu papel de defensor, mas também, pela terceira vez nesta temporada, vestiu a camisa de goleador para garantir uma nova vitória para seu time. “Tanto a equipe quanto eu estamos crescendo pouco a pouco. Somos os mesmos jogadores que ganhamos a Décima Primeira Champions League, e para todos que continuam acreditando em nós, quero dizer que estamos trabalhando para ganhar tudo. Hoje o time inteiro jogou muito bem”, acrescentou Casemiro.

Com o Athletic obcecado por evitar um novo gol de bola parada de Sergio Ramos, a defesa vermelho e branca se esqueceu do brasileiro que, com prazer e muito sangue frio – no meio-campo ele não costuma ter tanto tempo para pensar —, bateu na bola com delicadeza para vencer Kepa com um chute de centroavante. “O gol é marcante pelo rival, pelo campo... Aqui, quando você ganha, consegue três pontos muito importantes.”

Durante a partida, Zidane realizou várias modificações táticas, que, apesar de não influenciarem muito na tarefa habitual de Casemiro, facilitaram sua vida no final do confronto. A entrada de Lucas Vázquez na lateral direita e a saída de Cristiano Ronaldo equilibraram o meio e isso permitiu que o espaço a cobrir pelo brasileiro diminuísse consideravelmente. Assim, Casemiro se referiu à dissolução do trio BBC: “Eles não têm um perfil de um Casemiro ou de um Sergio Ramos que defende. Mas a ajuda que deram hoje foi muito importante e, com a qualidade que eles três possuem, é quase impossível perder se continuarmos trabalhando. Os três atacantes que temos na frente são excelentes”, assegurou.

Com as mãos no bolso o tempo todo, Casemiro, que recebeu mais que passou, saiu de San Mamés sabendo que tinha realizado uma de suas melhores partidas da temporada. A ausência contra o Bétis serviu para mostrar a verdadeira importância que Zidane dava à partida com o Athletic, por isso não quis colocar em perigo a presença de uma das poucas peças sem substituto natural no elenco. E isso convenceu um pouco o protagonista da vitória que assegura o Real Madrid por pelo menos mais uma rodada na liderança do Espanhol. “Com a qualidade que temos, se dermos oportunidade a outro companheiro, podemos acabar perdendo o lugar. Por isso eu estou tentando fazer o melhor. Eu quero jogar sempre”, concluiu.

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