_
_
_
_
_

Ministério Público da Colômbia faz buscas na sede de sócia da Odebrecht

Cormagdalena teria assinado contrato de 2,7 bilhões de reais com a empresa brasileira para obra hidroviária do rio Magdalena

Ana Marcos
Um dos projetos da Odebrecht no Rio de Janeiro.
Um dos projetos da Odebrecht no Rio de Janeiro.YASUYOSHI CHIBA (AFP)
Mais informações
Odebrecht e Braskem pagarão a maior multa por corrupção da história
Corrupção da Odebrecht envolve três Governos peruanos
Delação da Odebrecht revela troca de leis por doações a campanhas do PMDB

O Ministério Público da Colômbia fez buscas na manhã de quinta-feira na sede da Cormagdalena em Bogotá. Trata-se de uma das empresas colombianas que haviam assinado contrato com a Odebrecht, multada em 3,5 bilhões de dólares (12 bilhões de reais) por pagar propina para conseguir contratos em diversos países da América Latina. Ambas as empresas, em colaboração com o consórcio Navelena, tinham fechado acordo no valor de 2,5 trilhões de pesos colombianos (cerca de 2,7 bilhões de reais) para recuperar a navegação no rio Magdalena, uma das principais vias comerciais do país.

Um grupo de agentes do CTI, corpo de investigação contra a corrupção do Ministério Público colombiano, fez buscas nos escritórios da Cormagdalena para reunir elementos que provem que, no caso da Colômbia, as propinas chegam a 11 milhões de dólares (37,7 milhões de reais). O organismo ainda não deu detalhes sobre quais documentos e materiais foram analisados. Tampouco informou se esse tipo de medida será tomada nas demais empresas colombianas que assinaram contratos com a Odebrecht desde 2009.

Horas antes da atuação dos promotores, o Governo colombiano havia pedido sua intervenção em nota. A administração de Juan Manuel Santos também ofereceu colaboração às autoridades norte-americanas e solicitou todas as informações que envolvam funcionários e contratos na Colômbia. “Quando veio à tona o escândalo de corrupção da Odebrecht no Brasil, o Escritório de Transparência da Presidência pediu ao Ministério Público brasileiro todos os dados pertinentes”, diz o comunicado. “A resposta não revelou o pagamento de nenhuma propina na Colômbia, nem que foi cometido crime algum.”

Enquanto espera a divulgação dos resultados da investigação do Ministério Público, o Governo da Colômbia informou que, se ficar estabelecido que a origem do dinheiro das contratações é ilegal, “será declarada a sua cessação, sem prejuízo das ações penais correspondentes.”

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_