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10 conselhos para comprar com consciência na Black Friday

Reconhecer que nos deixamos levar por impulsos é o primeiro passo para não se arrepender

Consumidores do "Buen Fin", a versão mexicana do "Black Friday".
Consumidores do "Buen Fin", a versão mexicana do "Black Friday".PEDRO PARDO (AFP)

As lojas já estão preparadas para o Natal e dá a sensação de que a cada ano começamos a comer panetone antes. No entanto, o tiro de largada das compras natalinas sem dúvida é a Black Friday. Esta data determinada para os descontos há tempo deixou de ser um costume norte-americano e se espalhou pelo mundo.

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Para se ter ideia dos dados, segundo a Associação Espanhola da Economia Digital (Adigital), a Black Friday gerará vendas de 1,267 bilhão de euros na Espanha. De fato, as empresas esperam que o faturamento seja 13,13% superior ao alcançado em 2015 na mesma campanha. Tudo isso levando-se em conta que as compras já não se concentram apenas em um dia, mas em muitos casos se ampliaram por vários. Esses dados nos levam a pensar se nossas compras nesse dia são sensatas ou se realmente nos deixamos levar pela palavra desconto e depois vêm os arrependimentos.

Por que os descontos nos atraem?

A palavra grátis move as massas, mas a palavra desconto não fica atrás. Se queremos acertar em nossas compras será importante saber que realmente existem fatores que fazem com que nos deixemos levar pelas compras de forma compulsiva.

A primeira ideia vem do psicólogo Xavier Savín, e é que se pensamos que o prazer é provocado só por chocolate e sexo estamos enganados: comprar também é um prazer e a ciência confirma. “Algumas pessoas sentem um intenso prazer quando fazem compras (seu cérebro gera mais dopamina, relacionada com a motivação), serotonina (capaz de gerar sensação de alívio) e endorfinas (encarregadas de produzir a sensação de felicidade)”, e por isso uma vez feita a primeira compra as sensações agradáveis que isso gera podem nos impulsionar a continuar comprando.

Outra ideia importante é que na Black Friday costumamos ter acesso a produtos que de outra forma nunca compraríamos, sobretudo se são de determinadas marcas. Ou seja, que é um dia em que o luxo parece estar ao nosso alcance e nos deixamos levar por isso. Segundo Savin, “as marcas apelam para as emoções para nos seduzir, nos permitem adotar a imagem da marca ou o produto: com este telefone pareço um executivo, com esta jaqueta fico muito moderno etc.”, mas temos de nos perguntar se realmente é algo de que necessitamos ou só se trata de nos deixar levar pelas aparências.

10 dicas para comprar com consciência

Levando tudo isso em conta, podemos entender um pouco melhor o que acontece na nossa cabeça na hora de comprar e controlar nossos impulsos para fazer uma compra da qual não nos arrependeremos depois. Se apesar disso precisarmos de ajuda extra, os especialistas também nos dão os seguintes conselhos:

1. Faça uma lista do que realmente é necessário: A campanha da Black Friday vem acompanhada de um grande esforço publicitário, de modo que quando chega esse dia, queiramos ou não, há mensagens que ficaram gravadas a ferro e fogo. “A publicidade ajuda a criar falsas necessidades, dotando produtos completamente prescindíveis de características próprias de objetos de primeira necessidade, utilizando expressões como ‘deveria’, ‘indispensável’ etc.”, aponta Savín. Mas, aproveitando que se trata de um dia determinado, temos tempo para planejar o que realmente é necessário e não nos deixar levar por uma frase chamativa em um cartaz no shopping.

2. Compre itens básicos e não produtos da moda: Se queremos aproveitar este dia para comprar coisas para as quais vamos dar um bom uso, é melhor apostar no seguro, que costumam ser os itens básicos, seja roupa, seja tecnologia. Ou seja, algo que não vai cair de moda no próximo Natal e que continuamos usando na Black Friday dos anos seguintes. Investir em roupa e sapatos feitos no Brasil é sempre um acerto.

3. Faça a conta dos juros do cartão: A vantagem das compras online é que basta um clique, mas esse também é o problema: ao não pagar à vista não temos tanta consciência de estar gastando dinheiro e, clique após clique, podemos perder a conta do que estamos colocando no cartão. A coach Idoia Berridi explica que isso “favorece nos deixar levar por esse impulso interno”, e por isso é melhor fazer a soma do que vamos gastando, para não ter um susto no final.

4. Segurança acima de tudo: Se vamos comprar online é importante garantir que estamos em um site seguro. Se ainda assim não temos tanta certeza, podemos aproveitar para obter um cartão recarregável para fazer nossas compras mais tranquilos. Da mesma forma, não há que observar só o produto, mas também onde o adquirimos, por exemplo garantindo que o site tenha um telefone de atendimento ao cliente para o qual possamos reclamar se for necessário.

5. Faça uma pesquisa de preços: Algumas lojas aproveitam essas datas para dizer que deram grandes descontos em seus produtos, mas nem sempre isso é verdade. Por isso, se já temos em mente algo que queremos, é importante antes ter visto o preço original para buscar uma boa oferta de verdade. Assim, Savín aponta que “é preciso levar em conta que alguns descontos podem gerar confusão”, e por isso é melhor ter conferido antes do que perceber quando já for tarde demais.

6. Não tenha o dedo muito rápido: Muitas vezes temos a opção de reservar a compra antes de finalizar o pedido e talvez seja uma boa opção para apaziguar nossa impulsividade e dar uma olhada na web, garantindo assim que estamos comprando bem. A coach aponta nesse sentido que é tão simples quando “deixar o carrinho de compras estacionado por alguns instantes ou até horas, antes de dar o clique final”, já que não se deve esquecer que “as ofertas durarão o dia todo e em algumas ocasiões até uns dias a mais”.

7. Leia os conselhos do público: O que seria a mesma coisa de pedir conselho a um amigo, exatamente como fazemos no provador. “É muito provável que ele ou ela te façam ver os prós e os contras dessas compra com mais objetividade”, insiste Berridi, e já se sabe as segundas opiniões sempre ajudam.

8. Assegure-se de que as devoluções são aceitas: Inclusive ainda que tenhamos claro que esse é o produto que queremos, pode ser que no envio haja confusões, ou que uma vez em casa não seja exatamente o que pensávamos, por isso é importante ler bem as condições de compra e garantir que podemos devolver se for necessário. Para isso, sem dúvida há que se guardar bem a nota ou cupom fiscal.

9. Estabeleça um saldo limitado: Se é difícil fechar uma lista de produtos, talvez seja mais fácil nos limitar a um orçamento concreto. Para isso, Xavier Savín recomenda “determinar um limite e se restringir a ele”. Se é difícil controlar, faça suas compras com um cartão de crédito com limite baixo. Uma vez que chegar ao máximo, não poderá continuar comprando”.

10. Não se deixe levar pelo fator tempo: Pensar que se trata de uma data concreta nos causa ansiedade no momento da compra. Por isso, Idoia Berridi conclui dizendo que não se pode perder de vista que “o fator tempo que faz com que vivamos como algo opressivo e sintamos que não se pode fazer outro dia”, por isso é preferível acalmar-se e não se deixar levar pela adrenalina consumista, parando para verificar que tudo está certo, e lendo com atenção as propriedades do produto.

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