_
_
_
_
_

A nova geração de músicos do Pará que você deveria conhecer

Eles fazem um trabalho que mistura elementos das raízes paraenses com ritmos mais modernos

A cantora Aíla, em show no festival Se Rasgum.
A cantora Aíla, em show no festival Se Rasgum.Liliane Moreira

Com um trabalho que mistura elementos tradicionais com o pop, rock e instrumentos clássicos, uma nova geração de músicos do Pará tem se destacado. Conheça três nomes novatos (e um de um veterano que está em vias de lançar algo diferente) que se apresentaram no festival Se Rasgum, nesta última semana em Belém, e que merecem entrar no seu radar.

Lucas Estrela

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Ele tem 24 anos e lançou seu primeiro disco solo "Sal ou Moscou" no início deste ano. É uma produção independente, feita em casa com a ajuda de amigos, mas que chamou tanta atenção que, no ano que vem, ele lançará outro disco, agora com ajuda profissional. É pupilo de Pio Lobato, um dos grandes nomes da guitarrada paraense, música que mistura lambada com acordes de guitarra. Estrela, entretanto, inovou, ao aliar a guitarrada e o carimbó (ritmo de sonoridade indígena e negra que usa tambores) com a música eletrônica. Para isso, criou até um sintetizador analógico, feito com um pincel, que muda de timbre em contato com a água. "Tento desconstruir um pouco essa tradição da guitarrada e do carimbó, juntando elementos contemporâneos e outras sonoridades", explica ele. No último sábado, Estrela foi responsável por um dos melhores shows do festival Se Rasgum, ao se apresentar ao lado da Orquestra Pau e Cordista de Carimbó, que usa os tradicionais tambores.

Aíla

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

A cantora paraense de 27 anos lançou em agosto deste ano seu segundo disco com patrocínio da Natura Musical. "Em Cada Verso Um Contra-Ataque" dialoga com o presente, com as lutas sociais cotidianas. As letras políticas falam sobre o sexismo, o racismo e as relações de gênero em ritmos variados, que vão do surf music, passando por elementos do pop, do punk rock e da lambada eletrônica, com a faixa a Lesbigay, feita em parceria com dona Onete, que se tornou um fenômeno da música paraense depois de completar 70 anos. "Falar de questões políticas e não ser chata é difícil. Por isso, quis fazer algo para que as pessoas pudessem dançar enquanto cantam coisas importantes", explica ela. Na última sexta-feira, ela apresentou no festival Se Rasgum um show performático, em que usa uma máscara de vidro e pregos feita pelo artista plástico paraense Vitor Nunes.

Luê

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Outra jovem de 27 anos, a cantora Luê deve lançar seu segundo disco no primeiro semestre do ano que vem. Será mais urbano que o primeiro, "A Fim de Onda", por influência dos quatro anos em que mora em São Paulo, afirma ela. Filha de Julio Soares, da Arraial do Pavulagem, uma banda que pesquisa ritmos amazônicos, ela cresceu ouvindo de perto os batuques da região e aliou essas influências a sua formação clássica, quando aprendeu a tocar violino. "Cresci frequentando a Marujada de São Benedito, uma festa em Bragança [interior do Pará] que tem como um de seus instrumentos típicos a rabeca", conta. Por isso, diz, escolheu o instrumento, um precursor do violino, para usar em seu trabalho.  

Pinduca, o veterano

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Pinduca é um clássico paraense. Criador do carimbó eletrônico, que alia o ritmo clássico do carimbó com uma banda de guitarras marcantes, ele lançou no início deste ano um trabalho, também com patrocínio da Natura Musical, que faz uma coletânea de sua obra, incluindo a composição Sinhá Pureza, uma das mais replicadas no Pará. Ele conta que a música foi feita para a vendedora de uma loja de discos de Belém, que na década de 70 insistiu com um representante de uma gravadora para que lançasse Pinduca. Foi assim que ele estourou no Brasil, tornando-se frequentador fiel de programas de auditório. Às vésperas de completar 80 anos, ainda faz um show animadíssimo. Entra nesta lista porque planeja novidades: está em estúdio agora para gravar seu disco de número 38, só com mambos. "Vai ser algo diferente, que vai lembrar meu trabalho de muito tempo atrás, quando tudo começou", diz.

A jornalista viajou para Belém a convite da produção do festival Se Rasgum.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_