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Ato contra Temer em São Paulo acaba sem violência no 7 de setembro

Veja como foi a cobertura minuto a minutos dos protestos na capital paulista e em outras cidades

Multidão protesta em São Paulo, nesta quarta.
Multidão protesta em São Paulo, nesta quarta.Paulo Pinto (AGPT)

O protesto anti-Temer em São Paulo, marcado para este 7 de setembro, terminou de maneira pacífica, apesar da polícia ter se mantido presente o tempo todo, seja com tropas perto dos manifestantes, ou com um helicóptero da corporação acompanhando o trajeto dos jovens que participaram do ato. Alguns profissionais de imprensa que chegavam de metrô à região da praça da Sé, onde teve início o ato marcado para as 14 horas, foram intimidados por agentes da polícia. Um deles foi ameaçado de ser detido por estar com capacete e máscara antigás na mochila. Fotógrafos se aproximaram da polícia para questionar a detenção e a polícia acabou deixando ele ir embora.

O EL PAÍS acompanhou ao vivo a manifestação que saiu da Sé, subiu a Brigadeiro Luís Antônio, passou pela avenida Paulista e terminou na Praça da República, por volta das 19h30. Durante todo o trajeto, havia uma dúvida pairando. Iria haver algum conflito com a polícia, como aconteceu no domingo (4)? Alguns aspectos faziam crer que sim: nenhum trajeto havia sido previamente acordado com a Polícia Militar, a barreira policial para revista dentro da estação Sé e a presença permanente de um cordão de jovens vestidos de preto e com máscaras, com estética dos black blocs, que marchou o tempo todo à frente da manifestação.

Vídeo do ato contra Temer no monumento às bandeiras
Imagem do protesto anti-Temer esta tarde, por Nelson Almeida (AFP Photo)
Clima agora é de confraternização no Ibirapuera, com grupo fazendo show de música. Ato foi encerrado sem tumulto.
Guilherme Boulos estima que 60.000 compareceram ao ato. PM não deu estimativas.
Sindicatos prometem greve geral para o dia 22 de setembro. Organizadores vão agora fazer shows de música para encerrar o ato.
Boulos discursa neste momento para encerrar o ato. Diz que a PM provocou em diversos momentos e prendeu 3 pessoas. E promete outra manifestação na Paulista no próximo domingo, 14h.
Manifestantes ocupam o gramado em volta do monumento às Bandeiras. Ato será encerrado aqui.
Luisa, estudante de serviço social de 26 anos, diz estar protestando "pela democracia" e contra "um político que não foi eleito".
Polícia fechou a Brigadeiro Luis Antônio na altura da Travessa Leon Berry, impedindo a passagem dos manifestantes. Organizadores estão conversando com os agentes.
Após repressão pontual contra grupo de jovens com máscaras, ato segue pacífico. Uma menina de 17 anos foi liberada. Outra menor de idade foi levada, além de um senhor e outra garota de 19 anos.
Ato desce pela avenida Brigadeiro Luis Antônio em direção ao Ibirapuera.
Polícia prendeu ao menos três. Em um momento, agentes jogaram um senhor na mala da viatura. Muita brutalidade por parte da PM também contra os jornalistas. Força desproporcional.
Alguns jovens foram revistados pela polícia militar. Uma menina de 17 anos e outra de 19 foram levados para a 78 DP. Os agentes encontraram uma faca de cozinha, soco inglês e máscaras nas mochilas.
Haddad começa a discursar, elogiado Suplicy e Erundina. Ele já fez vários gestos à deputada e sua adversaria para a prefeitura de SP.
Todos os discursos são contra Temer e a favor de novas eleições. Chama a atenção que ninguém, de nenhum partido, citou a ex-presidenta Dilma Rousseff.
Lideranças estão discursando. "Não vamos sair das ruas até derrubar o último golpista!", gritou Erundina. Assim que chegou, Haddad se posicionou ao lado da deputada. Ela saiu e foi pro lado de Ivan Valente.
O prefeito Fernando Haddad (PT) acaba de chegar ao ato. Subiu ao carro de som e se juntou com as outras lideranças, inclusive sua adversária Luiza Erundina (PSOL).
Deputado Ivan Valente (PSOL): "Muitos que saíram contra Dilma estavam indignados com o que tava acontecendo. Pouco a pouco vão percebendo que quem tomou o poder são golpistas que querem tirar direitos. A Lava Jato vai derrubar todos eles".
"Temer disse que ia unificar o país. Ele conseguiu unificar o país... Contra ele! Não tem ninguém decente pedindo "Fica, Temer"", acrescentou Boulos.
No carro de som estão algumas lideranças, como Guilherme Boulos (MTST), o presidente do PT Rui Falcão, e os deputados Luiza Erundina e Ivan Valente (PSOL). "Quem achou que a mobilização iria acabar no Senado com o impeachment não entendeu nada. Isso é só o começo", diz Boulos.

Conforme o dia foi passando, contudo, o policiamento mostrou-se menos ostensivo, sempre acompanhado de longe. Ao contrário da manifestação deste domingo, organizada por dois grandes movimentos sociais, e que contou com a presença maciça de famílias, o ato desta terça era formado basicamente por jovens de organizações independentes. Enquanto o deste final de semana reuniu dezenas de milhares de pessoas, o ato desta quarta reuniu um grupo bem menor. Em sua maioria, eram jovens estudantes. No momento de maior público, quando passava na Paulista, no final da tarde, havia aglomeração de gente em em apenas uma das pistas de um dos quarteirões da avenida, perto do MASP.

A pauta principal dos manifestantes era o "Fora Temer" e eleições diretas. Não havia uma liderança clara, nenhum caso de repressão de policiais ou incidente foi registrado ao longo de todo o dia. Um dos garotos, de 19 anos, que marchou todo o tempo na frente do ato, contou fazer parte de um grupo antifascista e ser adepto da tática black bloc. Ele, que pediu para não ser identificado, garantiu que estavam ali para proteger os manifestantes de eventuais abusos da polícia e se disse feliz e aliviado de ter chegado ao final sem incidentes. Apesar do número não tão expressivo de pessoas, o ato foi marcado por ser um dos primeiros, desde o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, a não ter registrado repressão policial sobre os manifestantes.

Dia da Independência

O dia foi palco de uma série de protestos. Em algumas cidades, o tradicional "Grito dos Excluídos", que congrega diferentes movimentos sociais, e tem o objetivo de denunciar a exclusão social todo dia 7 de stembro, viraram atos contra o Governo de Michel Temer. Além do protesto acompanhado pelo EL PAÍS, pelo menos mais um ato expressivo aconteceu em São Paulo.

Na parte da manhã, outra manifestação, desta vez organizada por movimentos sociais, e com a presença do prefeito Fernando Haddad (PT) e do ex-senador Eduardo Suplicy, contou com manifestantes caminhando da Avenida Paulista até o Parque Ibirapuera. Segundo os organizadores, 15.000 pessoas estiveram presentes.

Em Brasília, também de manhã, durante o desfile militar, que comemora o Dia da Independência, o presidente Michel Temer abriu mão de desfilar em um Rolls-Royce conversível, como é tradição, por motivos de segurança. Ao final, Temer, que compareceu ao evento sem usar a faixa presidencial, foi vaiado por manifestantes contrários ao seu Governo.

Outros atos expressivos aconteceram em diferentes cidades brasileiras, como Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE).

Veja aqui como foi a cobertura completa dos protestos e manifestações neste 7 de setembro:

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