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Venezuela expulsa repórter e nega entrada de outros quatro meios de comunicação para cobrir protesto

Enviado do ‘Miami Herald’, Jim Wyss, foi detido e deportado para o Panamá

Manifestantes contrários ao Governo Maduro protestam em Caracas.
Manifestantes contrários ao Governo Maduro protestam em Caracas.MIGUEL GUTIERREZ (EFE)

O repórter Jim Wyss, do jornal Miami Herald, foi detido na noite de quarta-feira pelas autoridades venezuelanas e deportado para o Panamá. Wyss, chefe da sucursal do jornal em Bogotá, que cobre a região andina, havia desembarcado na véspera na capital venezuelana para cobrir a passeata convocada para esta quinta pela oposição, sob o nome de A Tomada de Caracas. Segundo o diário da Flórida, Wyss foi expulso da Venezuela por não ter as credenciais oficiais para o trabalho como correspondente estrangeiro.

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“Jim Wyss viajou à Venezuela como jornalista para relatar um fato extremamente importante para nossos leitores e para a América Latina”, reagiu a editora-executiva do jornal, Aminda Marqués González. “Estava fazendo seu trabalho quando foi detido.”

Wyss já havia sido alvo de uma medida semelhante em novembro de 2013, quando viajou ao Estado de Táchira, na região andina do sudoeste da Venezuela, para fazer uma reportagem sobre as eleições municipais e a crise de desabastecimento nessa área da fronteira com a Colômbia. Na época, buscou a versão de um oficial responsável pela zona militar de Táchira, que ordenou que fosse detido por um dia. Em seguida, foi expulso do país.

No mesmo dia em que Wyss voltou à Venezuela, funcionários de imigração no Aeroporto Internacional de Maiquetía, que atende Caracas, impediram a entrada no país de uma equipe do canal Al Jazira, do Catar. A equipe, formada pela jornalista Teresa Bo, a produtora Lagmi Chávez e o cinegrafista Mariano Rosendi, vinha de Buenos Aires e foi obrigada a seguir para Bogotá.

Nesta quinta-feira, as autoridades migratórias declararam como “inadmissíveis” os repórteres César Moreno, de Radio Caracol da Colômbia, John Otis, correspondente da rádio pública norte-americana NPR, e Marie-Eve Detoeuf, do jornal francês Le Monde.

O presidente Nicolás Maduro e outros porta-vozes de seu Governo se referem com frequência a uma “conspiração midiática” contra a Revolução Bolivariana, da qual fariam parte grandes conglomerados de comunicações do mundo todo, em coordenação com as pautas da oposição venezuelana e do Governo dos Estados Unidos.

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