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As frases cruciais de Dilma no Senado

Presidente afastada se defendeu nesta segunda-feira em sessão de julgamento no Senado que durou mais de 12 horas

Presidenta afastada Dilma Rousseff se defende no Senado.
Presidenta afastada Dilma Rousseff se defende no Senado.Jonas Pereira (Agência Senado)

A presidenta afastada Dilma Rousseff discursou nesta segunda-feira em defesa própria no julgamento do impeachment no Senado. Com um discurso forte que durou quase 40 minutos, a petista negou que tenha cometido crime de responsabilidade e reiterou diversas vezes que "é preciso resistir". Durante mais de 12 horas ela respondeu os questionamento dos senadores. Leia as primeiras frases de Dilma em sua defesa:

- Por duas vezes vi de perto a face da morte: quando fui torturada por dias seguidos, submetida a sevícias que nos fazem duvidar da humanidade e do próprio sentido da vida; e quando uma doença grave e extremamente dolorosa poderia ter abreviado minha existência. Hoje eu só temo a morte da democracia.

- Não mudei de lado. Apesar de receber o peso da injustiça nos meus ombros, continuei lutando pela democracia. (...) Aos quase setenta anos de idade, não seria agora, após ser mãe e avó, que abdicaria dos princípios que sempre me guiaram.

- Não é legítimo, como querem os meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo pelo “conjunto da obra”. Quem afasta o presidente pelo “conjunto da obra” é o povo e, só o povo, nas eleições.

- A verdade é que o resultado eleitoral de 2014 foi um rude golpe em setores da elite conservadora brasileira. Desde a proclamação dos resultados eleitorais, os partidos que apoiavam o candidato derrotado nas eleições fizeram de tudo para impedir a minha posse e a  estabilidade do meu Governo.

- Arquitetaram a minha destituição, independentemente da existência de quaisquer fatos que pudesse justificá-la perante a nossa Constituição. Encontraram, na pessoa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha o vértice da sua aliança golpista.

- Curiosamente, serei julgada, por crimes que não cometi, antes do julgamento do ex-presidente da Câmara (…) Ironia da história? Não, de forma nenhuma. Trata-se de uma ação deliberada que conta com o silêncio cúmplice de setores da grande mídia brasileira.

- Este é o segundo julgamento a que sou submetida em que a democracia tem assento, junto comigo, no banco dos réus.

- Lembrem-se do terrível precedente que a decisão pode abrir para outros presidentes, governadores e prefeitos. Condenar sem provas substantivas. Condenar um inocente.Faço um apelo final a todos os senadores: não aceitem um golpe que, em vez de solucionar, agravará a

crise brasileira.

- Senador, receba as minhas desculpas por não ter atendido às suas expectativas quanto ao diálogo. É algo que tenho clareza que é importante que seja feito, mas repito, não é base para nenhum crime de responsabilidade.

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