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Hillary Clinton: “Muita gente cometeu o erro de rir dos comentários de Trump”

Seis pontos-chave do discurso de indicação da candidata democrata

Amanda Mars

No discurso de indicação à Casa Branca na noite de quinta-feira em Filadélfia, Hillary Clinton prometeu uma guinada à esquerda em suas políticas e atacou com dureza a capacidade de seu rival republicano, Donald Trump, para presidir os Estados Unidos. Estes são os seis pontos-chave de seu discurso.

Hillary e Bill Clinton observam os balões que invadiram o palco da Filadélfia.
Hillary e Bill Clinton observam os balões que invadiram o palco da Filadélfia.JUSTIN SULLIVAN (AFP)

“O Partido Republicano percorreu um longo caminho com ele... Do Amanhecer na América à Meia-noite na América”. Hillary Clinton se referia a um famoso discurso de Ronald Reagan nos anos 80, que falava do amanhecer de um dia qualquer em um país que se mostrava próspero e forte. A imagem dos EUA divulgada por Trump é sombria, de extrema fragilidade econômica e militar.

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“O Partido Democrata é o partido dos trabalhadores”. A candidata tem dificuldade em conquistar o voto do homem branco trabalhador e sem diploma universitário, que prefere Trump. É uma preocupação mais geral: muitos operários migraram ao partido conservador ao longo dos anos. Clinton se colocou como sua opção e admitiu, no final de uma convenção em que o tom positivo foi regra, que a economia não está funcionando para a classe média.

“Durante o último ano, muita gente cometeu o erro de rir dos comentários de Donald Trump”. Se alguma coisa une democratas, republicanos, analistas e a imprensa é que ninguém levou Trump a sério quando anunciou há um ano que iria concorrer à presidência. Desde então, provocou polêmicas com comentários xenófobos, sexistas e elogios insólitos a Saddam Hussein. Clinton lembrou esses episódios para mostrar que isso não é uma brincadeira, que Trump pode ser eleito presidente em novembro. “Vocês o imaginam como comandante em chefe?”, perguntou.

“Eu me sinto orgulhosa de estar ao lado de nossos aliados na OTAN diante de qualquer ameaça que enfrentarem, incluindo as que vierem da Rússia”. É uma resposta a Trump em todos os sentidos. Na semana passada, o empresário provocou um rebuliço ao afirmar que repensaria o papel dos Estados Unidos na Aliança Atlântica se os outros países não aumentarem sua contribuição. Além disso, exibiu sua sintonia com a Rússia de Putin, país que os democratas acreditam ser o responsável pelo último vazamento de seus e-mails.

“Se vocês acreditam que deveríamos dizer ‘não’ aos tratados comerciais injustos... Que deveríamos enfrentar a China (...) juntem-se a nós”. Clinton tocou em um ponto sensível do debate eleitoral que causa contradições no Partido Democrata. Muitos norte-americanos sofreram os efeitos da globalização e da fuga de empregos industriais aos países de mão de obra barata, e tanto o republicano Trump como o esquerdista Bernie Sanders criticaram os tratados. O acordo de comércio com o Pacífico, impulsionado por Obama, concentra a maior parte das críticas, e Clinton lançou um aceno a quem é contrário a ele.

“Bernie Sanders e eu trabalharemos juntos”. Era uma maneira de dizer aos seguidores de Sanders, a quem venceu nas primárias, que votar nela significará levar adiante muitas políticas defendidas por seu candidato, uma forma de frisar que estão no mesmo barco. Lançou a mensagem após uma convenção agitada pelos protestos dos apoiadores de Sanders que não acabaram até o último dia, ao mesmo tempo em que Clinton aceitava a indicação.

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