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Ipsos confirma que brasileiros apontam novas eleições como a melhor opção

Pesquisa Ipsos aponta que 52% preferem que um novo pleito seja realizado em outubro

 Michel Temer, em evento com empresários.
Michel Temer, em evento com empresários. Lula Marques (AGPT)
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O que é melhor para o Brasil: a volta de Dilma Rousseff ou a permanência de Michel Temer? Para 52% dos brasileiros, nenhuma das duas opções: o melhor mesmo é que sejam convocadas novas eleições para outubro, mesmo mês em que ocorrem as disputas municipais. Os dados são de uma pesquisa realizada nos primeiros 12 dias deste mês pelo instituto Ipsos e vai na mesma linha do que têm apontado pesquisas recentes, como o polêmico Datafolha da semana passada, em que 62% dos entrevistados disseram preferir escolher novamente o chefe da República – dado inicialmente omitido pela Folha de S.Paulo e pelo instituto.

A tese de novas eleições, ainda que difícil de ser aceita, é a que está sendo costurada pelos apoiadores da presidenta afastada no Congresso. Os senadores aceitariam votar pela permanência dela e, em troca, ela convocaria um plebiscito, já em outubro, para que a população decida se quer ou não novas eleições. Se aceitas, elas seriam realizadas em 2017. Dados que apontam a preferência nesta direção podem ajudar a convencer os parlamentares indecisos, que não estão satisfeitos com o Governo Temer, mas também não querem Rousseff de volta.

A pesquisa Ipsos, feita com 1.200 pessoas em 72 municípios do país, ofereceu quatro opções de resposta para seus entrevistados para a pergunta “O que é melhor para o Brasil?”: Que Temer fique; Temer convoque novas eleições; Dilma volte e fique até 2018; Dilma retome o poder e convoque novas eleições. Para 38% das pessoas entrevistadas, o melhor é que o presidente interino convoque novo pleito para outubro agora. Outros 14% preferem que Rousseff volte e convoque novas eleições. Entre a presidenta afastada e o presidente interino, entretanto, a preferência parece ser por ela. Para 20%, o melhor para o Brasil é que Rousseff volte e cumpra seu mandato. Para 16%, a melhor opção é que Temer permaneça até o final do mandato – 12% não souberam ou não responderam. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

A preferência por Dilma é maior no Nordeste, onde 39% acham que a melhor opção é que ela volte. Nas regiões Norte e Centro Oeste, a preferência por ela é a menor (13%), mas 59% preferem um novo pleito. Temer tem uma melhor aceitação no Sudeste (18%), mas mesmo nesta região, que moveu as maiores passeatas contra Rousseff, a preferência por novas eleições vence (52%).

A pesquisa, que é realizada todos os meses, também aponta que o apoio ao impeachment está em queda, outra informação que pode exercer pressão nos parlamentares indecisos. Em março deste ano, ele havia atingido o maior nível nesta série de pesquisas, desde março de 2015, chegando a 61%. Agora é de 48%. Os dados mostram que 34% não apoiam o impeachment, o maior número desde março do ano passado. A última pesquisa Datafolha também apontou que 35% das pessoas acredita que os senadores não deveriam votar pelo afastamento definitivo de Rousseff e que 58% deveriam, dado também em queda desde fevereiro deste ano (em março eram 68%).

O instituto também pergunta aos entrevistados a opinião sobre o Governo federal. Os dados mostram que a avaliação de que a gestão Temer é "ruim ou péssima" cresceu de 43% para 48% em um mês - ainda assim, o número é melhor do que a avaliação feita da gestão de Rousseff neste segundo mandato, que chegou a 81% de "ruim e péssimo" na véspera de seu afastamento (março de 2016). A gestão Temer é considerada "boa ou ótima" para 7% - um ponto a mais do que os 6% do mês passado.  

Após o afastamento de Rousseff, a avaliação dos analistas políticos era de que Temer teria uma janela muito curta de tempo para mostrar que poderia fazer um bom Governo, até a votação final do impeachment, que pode acontecer em um mês. Apesar de ter sido aceito pelo mercado, o presidente interino não conseguiu, até o momento, mostrar para a população medidas efetivas na área econômica, vista como seu grande trunfo.

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