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Agência Mundial Antidoping libera laboratório brasileiro para a Olimpíada

Laboratório havia sido suspenso em junho por não se adequar às exigências internacionais Agora, procedimentos serão fiscalizados por especialistas estrangeiros durante os Jogos

Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, no Rio.
Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, no Rio.Felipe Dana (AP)
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A Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) cancelou na quarta-feira a suspensão provisória ao Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), que estava vigente desde 24 de junho. A WADA justificou a punição dizendo que o laboratório não havia cumprido as exigências para ser enquadrado nos padrões internacionais e apontou o que chamou de "erros de procedimento". A liberação nesta quarta foi um alívio para o COI (Comitê Olímpico Internacional) e para o governo brasileiro, que gastou 188 milhões de reais na reconstrução do laboratório para a Olimpíada.

A decisão tem efeito imediato, mas os testes e procedimentos serão acompanhados de perto por fiscais e especialistas estrangeiros durante os Jogos.

Segundo o Ministério do Esporte, a WADA realizou nas últimas semanas um processo de auditoria e revisão de procedimentos no LBCD. Localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o laboratório é o único no Brasil credenciado pela Agência, mas tem sofrido para se adequar aos padrões internacionais. Casos de 'falsos positivos' levaram à primeira suspensão, em 2013. A punição fez com que os exames antidoping da Copa do Mundo de 2014 fossem realizados em Lausanne, na Suíça.

O local passou por reforma e foi reaberto em maio de 2015, com equipamentos novos, para ser utilizado nos Jogos Olímpicos. Em fevereiro de 2016, a WADA incluiu o Brasil em sua “lista de vigilância”, obrigando o laboratório e o país a adaptarem suas normas aos padrões internacionais antes de 18 de março. Três meses depois, a entidade considerou que o laboratório não havia cumprido as exigências e apontou “erros de procedimento” para justificar a segunda suspensão.

Em comunicado divulgado na quarta, o diretor-geral da Agência, Olivier Niggli, tranquilizou os atletas que serão analisados pelo laboratório durante a Olimpíada. "As análises de amostras antidoping foram vigorosas durante a suspensão do laboratório e também serão durante os Jogos. Estamos satisfeitos em anunciar que o credenciamento foi aceito".

A liberação encerra um capítulo delicado da preparação do Brasil para a Olimpíada. No começo do ano, o governo teve que criar uma medida provisória para adequar a legislação antidoping do país à da Agência Internacional. A medida só foi aprovada pelo Senado no dia 6 de julho, quando foi criada às pressas a Justiça Desportiva Antidopagem (JDA). O órgão estabelece novas regras para o controle de doping no Brasil, incluindo o cancelamento de títulos e recordes de atletas que forem pegos. Se a medida não fosse aprovada, o país e o LBCD seriam descredenciados pela WADA, o que obrigaria o Brasil a custear o envio para o exterior de todos os exames dos atletas durante os Jogos Olímpicos.

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