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Clinton e Sanders fazem ato conjunto pela primeira vez na campanha

O senador, ainda rival, apoia à candidata no palco que dividem em New Hampshire "Farei o que puder para que seja a próxima presidenta dos EUA", diz o senador

Amanda Mars
Clinton e Sanders, em ato nesta terça.
Clinton e Sanders, em ato nesta terça.MARY SCHWALM (REUTERS)

Bernie Sanders, o veterano esquerdista que disputou com Hillary Clinton a candidatura democrata até o último suspiro, prepara terreno para prestar seu apoio à ex-secretária de Estado nas eleições presidenciais de 8 de novembro. Ambos participam nesta terça-feira, pela primeira vez, de um ato conjunto em New Hampshire, onde se espera que ele formalize o respaldo. O Partido Democrata está se unindo em torno de Clinton para enfrentar o republicano Donald Trump.

Clinton e Sanders abordam hoje “o compromisso de construir uma América que é mais forte unida e uma economia que funcione para todos, não só para os de cima”

Sanders permaneceu irredento até agora. Faz quase 40 dias que Clinton conta com delegados suficientes para se apresentar como candidata democrata, mas o senador de Vermont manteve sua candidatura para obrigar os democratas a dar uma guinada para a esquerda.

Deu certo. Para conseguir a aproximação, Clinton teve que abraçar algumas metas sanderistas: comprometeu-se a promover um programa de saúde que melhore notavelmente os fundos para a próxima década, o que mereceu o aplauso de Sanders, e afirmou que, se chegar à Casa Branca, eliminará a matrícula em universidades públicas para famílias que ganham até 125.000 dólares (cerca de 412.000 reais) anuais.

Clinton abraçou algumas das metas ‘sanderistas’ de saúde e educação para conseguir se aproximar de Sanders

Se confirmada, a bênção de Sanders significará um importante fluxo para Clinton dos votantes mais progressistas, que a consideram sinônimo do establishment e não perdoam seus vínculos com Wall Street (a candidata ganhou grandes quantias dando conferências no banco de investimentos Goldman Sachs). Também foi importante o apoio que ela recebeu da senadora de Massachusetts Elizabeth Warren, representante da corrente mais progressista do partido. E o ato de campanha com Barack Obama indicou que o popular presidente dos EUA será um entusiasta clintonista contra Trump.

No ato de New Hampshire, Clinton e Sanders abordam “o compromisso de construir uma América que é mais forte unida e uma economia que funcione para todos, não só para os de cima”, segundo as palavras utilizadas nas campanhas de cada um deles.

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A equipe de Sanders ainda não confirmou a divulgação do apoio, embora a postura do senador tenha se tornado mais branda: em 24 de julho, Sanders admitiu, em entrevista à rede MSNBC, que votaria em Clinton nas eleições para evitar uma vitória de Trump, cenário que classificou como um “desastre”. “Não precisamos de um presidente cujo eixo central seja a intolerância e os insultos aos mexicanos, aos latinos, aos muçulmanos e às mulheres, e que não acredita nas evidências da mudança climática”, disse.

Ficaram para trás os duros debates das primárias, quando Sanders chegou a questionar a honra e a independência da ex-senadora de Nova York pelas quantias que ela recebeu do Goldman Sachs e pelas elevadas doações que sua campanha obteve dos grandes grupos econômicos.

Aos 74 anos, Sanders, um socialista declarado num país onde mencionar essa palavra era espinhosa até pouco tempo atrás, teve um desempenho acima do esperado nas primárias democratas, despertando o entusiasmo do voto jovem e mais à esquerda. Criado no distrito de Brooklyn (Nova York), o veterano senador levou multidões aos seus atos e espalhou o alvoroço por sua “revolução política”. New Hampshire, onde divide o palco com Clinton, é um dos estados onde ele conseguiu uma de suas primeiras grandes vitórias. Ainda assim, a ex-primeira-dama ganhou a corrida rumo à convenção democrata, que deve confirmar sua candidatura na Filadélfia no final do mês.

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