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Deputada Jo Cox, uma força emergente do trabalhismo britânico

Parlamentar morta em atentado foi diretora da ONG Oxfam e assessora de fundações filantrópicas

A deputada laborista Jo Cox, o passado maio.Foto: atlas | Vídeo: YUI MOK (AP) / ATLAS
Pablo Guimón

Jo Cox chegou ao Parlamento britânico apenas um ano atrás, mas já era considerada uma das deputadas mais promissoras do país. Apaixonada pela política e a filantropia, deixou para trás, ao assumir uma vaga parlamentar pelo Partido Trabalhista, uma sólida carreira no terceiro setor, que a levou a trabalhar em alguns dos mais perigosos conflitos armados do mundo. Foi diretora da ONG Oxfam e assessora da esposa do ex-premiê Gordon Brown e da Fundação Bill e Melinda Gates.

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Filha de uma secretária de escola e de um funcionário de uma fábrica de creme dental, nasceu em Batley, perto de Leeds, localidade que representaria no Parlamento desde a eleição do ano passado. Estudou em Cambridge e lá, segundo disse certa vez à imprensa local, nasceu sua vocação política, ao entender como era importante “onde você nasceu, como você fala e quem você conhece”.

Não é fácil para um deputado novato se destacar numa câmara com 650 deputados, ainda mais se estiver na bancada da oposição. Mas Cox não tardou a se fazer notar, com intervenções brilhantes em questões como o envolvimento britânico na guerra da Síria, que defendeu por motivos humanitários, ou no atual debate sobre a permanência ou saída do Reino Unido da União Europeia. Fundou o grupo parlamentar para a Síria, presidiu uma rede de mulheres trabalhistas e atuou em Bruxelas como assessora de uma eurodeputada.

Foi uma entre 36 deputados que indicaram Jeremy Corbyn na disputa pela liderança partidária, com a intenção de enriquecer o debate ideológico, apesar de posteriormente ter votado na moderada Liz Kendall e escrito um artigo no qual lamentava ter apoiado inicialmente o político esquerdista que se tornaria o novo líder trabalhista. Nos últimos meses, não ocultou suas críticas a Corbyn por seu escasso envolvimento na campanha pela permanência britânica na UE, da qual ela participava ativamente. Sua morte ocorreu exatamente uma semana antes do plebiscito que decidirá a questão.

Cox deixa um filho e uma filha pequenos, além de um marido que nesta quinta-feira, desolado, declarou que sua mulher “não teria tido remorsos” e “viveu ao máximo cada dia da sua vida”.

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