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EUA abrem diálogo direto e imediato com a Venezuela

Após semanas de pressão da OEA sob Venezuela, acordo foi anunciado por John Kerry

Kerry e Rodríguez acordaram em Santo Domingo a reabertura do diálogo bilateral.
Kerry e Rodríguez acordaram em Santo Domingo a reabertura do diálogo bilateral.HO (EFE)
Silvia Ayuso

Estados Unidos e Venezuela acordaram abrir um diálogo direto e imediato. Conforme anunciado pelo secretário de Estado norte-americano John Kerry, em Santo Domingo, e confirmado pouco depois pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em Caracas, as negociações visam diminuir as fortes tensões que marcaram as relações bilaterais nos últimos anos.

As conversações bilaterais serão entre Kerry e a chanceler venezuelana Delcy Rodríguez, e começarão o mais cedo possível. Para tanto, Kerry encarregou seu conselheiro Thomas Shannon de começar imediatamente as diligências necessárias em Caracas para promover esse diálogo que procura “superar velhas retóricas”, disse o chefe da diplomacia dos EUA em Santo Domingo, depois de se reunir reservadamente com sua colega venezuelana.

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“Eles propuseram que começássemos uma nova fase de diálogo com novos canais de comunicação e um conjunto de reuniões de alto nível imediatamente e eu disse à chanceler: ‘aprovado’. Vamos começar essa série de reuniões de alto nível, estou de acordo”, disse Maduro pouco depois, numa cerimônia oficial transmitida em rede nacional, informa a France Presse.

A figura-chave nessa nova tentativa de aproximação, Thomas Shannon, é um especialista na região e na Venezuela. Tal como antecipou EL PAÍS na semana passada, o ex-secretário de Estado Adjunto para a América Latina e atual conselheiro do Departamento de Estado tem desempenhado, há muito tempo, um papel-chave na procura tanto de uma aproximação Caracas-Washington como entre o Governo e a oposição venezuelana. Segundo confirmaram fontes da Unasul e da MUD a este jornal, Shannon foi um dos impulsionadores para que os três ex-presidentes que agora dirigem o diálogo interno estivessem em dezembro passado na Venezuela para acompanhar as eleições.

Na verdade, esta nova iniciativa não significa uma diminuição do apoio de Washington ao diálogo entre Governo e oposição venezuelana liderado pelo ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, junto aos ex-presidentes Martín Torrijos do Panamá e Leonel Fernández da República Dominicana. Kerry apoiou publicamente esse esforço em várias ocasiões, a última vez na terça-feira em Santo Domingo. “Espero que (este novo diálogo) nos dê capacidade para ajudar na linha de Zapatero. Não são conversações excludentes”, afirmou Kerry, após se reunir com Rodríguez no marco da  Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) na capital dominicana.

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