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Barack Obama: “É um ato de terror e um ato de ódio”

O presidente dos Estados Unidos falou na Casa Branca depois do massacre de Orlando

O presidente Barack Obama na entrevista coletiva.Vídeo: MICHAEL REYNOLDS (EFE)
M. B.
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O presidente Barack Obama descreveu, neste domingo, o massacre de Orlando (Flórida) como “um ato de terror” e um “ato de ódio”. Em uma aparição de cinco minutos na sala de imprensa da Casa Branca, Obama disse que os investigadores buscavam ligações do responsável pelo massacre homofóbico com grupos terroristas, mas deixou claro que a investigação não havia gerado resultados. O presidente clamou por unidade nacional e lamentou a paralisia política de Washington diante dos sucessivos massacres com armas de fogo.

Os assassinatos coincidem com uma campanha eleitoral na qual um dos candidatos, o republicano Donald Trump, usa com força a carta da identidade e o medo de ataques terroristas. No Twitter, seu meio de comunicação preferido, Trump disse que está recebendo felicitações por “acertar sobre o terrorismo islâmico radical”. E acrescentou: “Não quero felicitações. Quero firmeza e vigilância. Precisamos ser espertos!” Entre outras medidas, Trump propôs proibir temporariamente a entrada de muçulmanos aos EUA.

Orlando pode ser uma espécie de surpresa de outubro antecipada. A surpresa de outubro é o acontecimento inesperado que pode mudar a campanha eleitoral. As eleições presidenciais são na primeira terça-feira de novembro. O uso ou abuso que os candidatos fizerem do massacre, no qual morreram meia centena de pessoas em um clube gay, marcará o debate público nos próximos dias e semanas.

A violência com armas ofusca o legado da presidência de Obama, que termina no próximo mês de janeiro. Seus dois mandatos foram pontuados por nomes como Aurora, Newton, Charleston e agora Orlando. “Devemos decidir se este é o tipo de país que queremos ser. E não fazer nada, de forma ativa, também é uma decisão”, disse Obama. As tentativas de reformar as leis e estreitar o controle à compra de armas têm fracassado.

Dos dez ataques dom armas com mais mortos nos Estados Unidos nos últimos trinta anos, sete ocorreram nos anos de Obama na presidência, entre 2009 e agora. A cada dia, morre uma média de 31 pessoas por disparos de outra pessoa, segundo dados da Organização Brady Campaign. Desde dezembro de 2012, quando um homem matou 20 meninos e seis adultos em uma escola primária de Connecticut, houve 998 tiroteios massivos com armas de fogo, definidos como aqueles em que morrem quatro ou mais pessoas no mesmo lugar, segundo dados do Gun Violence Archive.

O receio dos proprietários de armas diante da limitação de seus direitos, os poucos redutos eleitorais que tentam promover no Congresso a regulação, e a influência do lobby pelas armas explicam em parte o bloqueio das iniciativas para reforçar o controle sobre as armas.

Se for confirmada a hipótese do vínculo com o Estado Islâmico, o ISIS, este será o maior atentado desde o 11 de setembro de 2001, e marcará o fim de quinze anos de paz relativa nos EUA. Os ataques na base militar de Fort Hood (Texas), em 2009, e da maratona de Boston, deixaram 13 e três mortos, respectivamente.

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