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Suíça rejeita plano de renda básica para todos

77% dos eleitores são contra o pagamento de 2.250 euros para cada adulto

Daniel Haeni (E) e Enno Schmidt, promotores da iniciativa para a renda básica universal na Suíça. ALEXANDRA WEY EFEFoto: atlas

Os eleitores suíços rejeitaram a proposta de introduzir uma renda básica para todos os residentes no país, segundo projeções do grupo GFS veiculadas no domingo pelo canal SRF. Os dados oficiais mostraram que 76,9% dos eleitores rejeitaram a iniciativa do proprietário de um café de Basilea, Daniel Haeni, e seus aliados em uma votação no sistema de democracia direta, mas conseguiu gerar um incômodo debate sobre o futuro do trabalho em um momento de crescente automação.

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Segundo os defensores da proposta, a introdução de uma renda mensal de 2.500 francos suíços (9.000 reais) para cada adulto e 625 francos para cada menor de 18 anos promoveria a dignidade humana e os serviços públicos. Para seus opositores, entre eles o Governo, a medida seria muito dispendiosa e enfraqueceria a economia.

Vitória moral

“Como empresário sou realista e contava com um apoio de 15%, agora parece que são mais de 20%. Acho isso fabuloso, sensacional”, disse Haeni à SRF. “Quando vejo o interesse da mídia, até no exterior, percebo que estamos criando uma tendência”, disse.

A Suíça é o primeiro país a celebrar um referendo nacional sobre uma renda básica incondicional, mas outros países, como a Finlândia, estudam planos similares.

O Governo suíço tinha encorajado os eleitores a rejeitar a campanha, dizendo que o plano custaria muito e minaria a coesão da sociedade. O plano incluía substituir total ou parcialmente os benefícios sociais.

A campanha em favor da renda básica foi muito criativa e incluiu um desenho maior que um campo de futebol com a pergunta “O que você faria se tivesse renda garantida?”, uma manifestação de “robôs” pelo centro de Zurique e a distribuição de notas de 10 francos.

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