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Ex-membro do Estado Islâmico revela a identidade de 22.000 jihadistas

Sauditas e tunisianos são os mais numerosos. Apenas 1,7% dos jihadistas são sírios

Ficha publicada pelo 'Zaman ao Wasl'.
Ficha publicada pelo 'Zaman ao Wasl'.

Documentos sigilosos do Estado Islâmico (EI) revelados um ex-membro do grupo jihadista foram parcialmente divulgados nesta quinta-feira pela rede britânica Sky News. Os papéis, que também estão em poder dos serviços de inteligência alemães, incluem as fichas de 22.000 jihadistas de meia centena de países. Os documentos proviriam de um arquivo elaborado por uma das divisões do EI que administram a passagem fronteiriça para a Síria.

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O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, confirmou a autenticidade das fichas. Entre os analistas do fenômeno jihadista também houve consenso sobre a autenticidade dos documentos. O jornal online sírio Zaman al Wasl postou na Internet os papéis em seu poder e sobre os quais informou pela primeira vez em dezembro. O Zaman al Wasl analisou 1.736 documentos de membros do EI.

Segundo o site sírio, o EI recrutou jihadistas de pelo menos 40 países, entre eles Irã e Rússia. Dentre os recrutados, 72% são sauditas. Apenas 1,7% são sírios, enquanto os iraquianos correspondem a 1,2% dos alistados. São dados registrados de forma administrativa que não têm relação com a cúpula dirigente, em que se destacam sírios, iraquianos e sauditas, precisamente.

Europeus registrados

Segundo o estudo feito pelo Zaman al Wasl, dois terços dos combatentes registrados nas fichas provêm da Arábia Saudita, da Tunísia, de Marrocos e do Egito. Na linha de combate, os turcos teriam a liderança, seguidos dos jihadistas de origem francesa. Entre os recrutados fichados pelo órgão administrativo de fronteiras e incluídos no vazamento do jornal sírio há pelo menos meia dúzia de espanhóis.

O material entregue pelo desertor do EI inclui milhares de fichas preenchidas pelos recém-chegados em que aparecem como campos a preencher o nome, sobrenome, alcunha, nacionalidade, data de nascimento e grupo sanguíneo. Também se pede ao recruta que se expresse sobre sua função no grupo jihadista, inclusive se quer ser combatente ou suicida. O jornal Zaman al Wasl publica uma lista de 122 jihadistas que escolheram fazer parte da divisão de suicidas do EI.

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