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Filho de Evo Morales está vivo, segundo a família de ex-namorada

Uma tia e a advogada de Gabriela Zapata, detida na sexta-feira, dizem que o menino “está bem”

Gabriela Zapata, acompanhada de seu advogado Walter Zuleta.
Gabriela Zapata, acompanhada de seu advogado Walter Zuleta.Stringer (EFE)

O escândalo com toques novelescos que envolve o presidente boliviano, Evo Morales, continua complicando-se: uma tia e a advogada de sua ex-namorada Gabriela Zapata afirmaram que o menino que ela teve com o presidente, e que há duas semanas Morales informou que havia falecido, se encontra "vivo e bem". A parte de Zapata reagiu desse modo à prisão dela na sexta-feira e ao processo de que ela é alvo pelos delitos de tráfico de influência e enriquecimento ilícito. O Governo respondeu que, se o menino estiver vivo, Zapata teria então mentido ao presidente ao lhe informar o falecimento em 2007. As redes sociais fervem com críticas contra a frieza que Morales teria demonstrado no caso, pois não teria dado assistência na doença e no enterro do filho, e teria se limitado a receber um relatório sobre os fatos. Um dia depois de um jornalista revelar uma certidão de nascimento do menino, cuja existência até então o país desconhecia, Morales comunicou ao público que seu filho havia falecido. O presidente afirmou também que desde a morte dele não havia tido contato com Zapata, que nesse momento era gerente comercial da CAMC, uma empresa chinesa de engenharia com contratos de valor equivalente a 500 milhões de dólares (2 bilhões de reais) com o Governo boliviano, e também fazia lobby em favor de outras firmas da mesma nacionalidade.

Morales argumentou que se tratava de um assunto pessoal e que o antigo relacionamento não havia comprometido a imparcialidade do Governo na concessão desses contratos.

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Isso aconteceu em meio à campanha para o referendo de 21 fevereiro, que deveria habilitar constitucionalmente Morales a uma quarta candidatura consecutiva à Presidência. No final, a maioria do país rejeitou essa possibilidade, entre outras coisas pelo escândalo que se armou em torno do antigo romance do presidente com uma lobista de empresas que trabalham para o Estado. Como parte da investigação decorrente do caso, descobriu-se que Zapata mandava cartas a funcionários públicos para requisitar vantagens e propor negócios com os chineses.

Prisão

O Governo tem tentado se desvincular da acusação de favorecer a CAMC, tendo punido essa empresa com uma multa equivalente a 96 milhões de dólares (298 milhões de reais) pelo descumprimento de um contrato para construção de uma ferrovia e, poucos dias depois do referendo, prendendo Gabriela Zapata pelas cartas que enviou e outros indícios de tráfico de influência. Depois da detenção, Zapata não fez declarações, mas sua tia e a advogada de defesa afirmaram que o menino que ela teve com Morales não morreu. O Governo exigiu que o garoto seja apresentado a um juiz, ao mesmo tempo que afirmou que, se assim for, processará Zapata por ter mentido ao presidente.

Evo Morales teve outros três filhos com três mulheres diferentes, um dos quais ele demorou para querer conhecer. Quando manteve o romance com Zapata, tinha 46 anos e ela, 19.

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