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Como levar seu filho no Carnaval de rua se você não gosta de bloquinho infantil

Intrépida e neocarnavalesca mãe curitibana divide sua experiência com seu folião de 2 anos em SP

Criança em bloco de Carnaval em São Paulo.
Criança em bloco de Carnaval em São Paulo.Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
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Sou curitibana, curitibana-curitibana, do tipo clássica. Nascida, criada e fugida. E, como se sabe, Curitiba era antes de tudo, o anti-Carnaval de rua, a terra onde só os zumbis rockeiros e uma solitária escola de samba sobreviviam. Isso lá pelos anos 90, época em que eu me firmei como 'desapreciadora' da festa popular. Ocorre que, pelos caminhos da diáspora, cheguei em São Paulo, essa cidade que, como eu (e também como a Curitiba dos anos 2000), contrariou os estereótipos e foi tocada, de repente, pela magia carnavalesca. Foi com essa empolgação de primeira viagem que fui a todos os blocos possíveis de 2015 e já me jogo em 2016. Tudo isso com meu filho, agora com quase três anos. Se você está na mesma que eu - quer Carnaval de gente grande e não apenas levar o rebento para um programa de nicho -, aqui vão as minhas dicas.

1. Primeira e principal regra: escolha bem o bloco que você vai pular

Veja a agenda do Carnaval de rua da sua cidade e escolha o que parece ter menos gente, o menos famoso e o mais perto da sua casa. A regra nasceu da experiência, claro. Tentamos ir ao Bloco do Sargento Pimenta. Nem sequer conseguimos chegar na concentração do trio porque todas as ruas estavam colapsadas. E olha que a escolha cumpria ao menos um quesito, era aqui pertinho de casa. Fomos embora quando veio a chuva, mas depois soube que teve uma briga no meio da multidão e meu amigo chegou a ver uma pessoa sacando uma arma. No dia seguinte escolhemos um bloco que era novo na cidade. Foi um dos dias carnavalescos mais legais da minha curta vida de foliã! Tinha espaço para dançar, pessoal feliz, saudável e tranquilo, facilidade de acesso. Então, repetindo: vá paro o bloco mais tranquilo da jornada. Se possível, frequente o pré-Carnaval. Lembre disso em 2017.

2. Leve água para o bebê e, se possível, sua cerveja

É tudo caro, às vezes a água pode não estar a mão. No Carnaval 2016, levei também frutas e suco.

3. Evite destilados de duvidosa procedência

Nunca, sob hipótese alguma, independentemente da sua emoção de poder estar finalmente curtindo um dia de relax na sua vida materna, tome vodka dos vendedores ambulantes. Do contrário, você estará sob grave risco de ficar mucho loca e passar mal, recuperando-se da ressaca só 3 dias depois. É sério. O vale-Carnaval de um dia não vira vale-manhã do outro.

4. Procure sombra e espaço

Atrás do trio ou bandinha ou bem mais na frente normalmente têm mais espaço (e segurança).

5. Convoque amigos e multiplique o colo

Tente ir com mais um casal de amigos, pelo menos. Revezamento de colo vai ser fundamental para sua felicidade. Além do mais, tudo é mais divertido com gente querida por perto. Mas, se não der, tudo bem. Um dia eu sambei várias canções seguidas com o bebê em braços e estou aqui, vivinha, com aquela garra de quem pensa que está pronto para voltar para a academia.

6. Pense bem se vai levar carrinho e sling.

Meu filho recusou as duas opções. Era colo e chão-chão-chão-chão-chão! Carregar o carrinho foi chato.

7. Fantasiar ou não fantasiar?

Quanto à fantasia, eu levei separada. Meu filho ficava pedindo para pôr e tirar, então melhor uma roupa bem fresquinha por baixo e alguma fantasia que dê pra colocar por cima facilmente. Além disso, neste ano reaproveitei a de 2015, que compramos mais grandona.

8. Coordene as sonecas, mas sem neura

Coordene o horário das sonecas do bebê, mas não grile muito com isso. Em todos os dias legais de bloco, a gente foi cedo, tipo depois do almoço - justamente no horário da soneca do meu filho. Chegávamos às 14 ou às 15h. Lá pelas 18h ele, em geral, não aguentava mais e íamos embora. Ele sobreviveu a esses dias sem siesta.

9. Não seja só acompanhante

Bailinhos de clube são uma delícia para eles, mas pais e mães não podem gritar, beber, pular, dançar e se esbaldar tanto, nem, pelo horário, encontram seus amigos solteiros. Além do mais, não toca Nirvana ao ritmo de Nação Zumbi e nem Wando com batidão - e não dá pra fumar. É legal, mas Carnaval com criança não precisa ser só isso. O bom do Carnaval é quando todo mundo pode curtir e ser feliz junto: um programa perfeito para todos os tipos de famílias.

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