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Guia para entender como funciona a eleição do presidente dos EUA

O processo tem várias etapas. Saiba quais são e o passo-a-passo do processo eleitoral

Broches para seguidores de Trump em um posto de venda em Iowa.
Broches para seguidores de Trump em um posto de venda em Iowa.Brendan Hoffman (AFP)
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O processo de escolha dos candidatos à presidência dos EUA tem várias etapas. Entenda como funciona a eleição nos Estados Unidos:

Objetivo do processo

Os votos dos cidadãos servem para dizer aos delegados de seu partido qual candidato à presidência dos EUA devem apoiar na Convenção Nacional do partido, que acontece durante o verão no hemisfério norte. Cada Estado tem um número diferente de delegados e um processo de designação. O objetivo dos candidatos é acumular o maior número de delegados o mais rapidamente possível.

Caucus (convenções partidárias) e primárias

Existem duas formas de escolher os delegados. Os caucus são assembleias de cidadãos em que se debate quem é o melhor candidato. Os participantes devem ser filiados ao partido correspondente e, na noite da votação, podem debater e tentar convencer outros votantes.

No caso das primárias, no entanto, o voto é secreto. As primárias podem ser abertas –o participante pode votar independentemente do partido ao qual está filiado – ou fechadas, quando é exigida filiação partidária para participar. Nos dois casos, os votantes só podem participar da primária democrata ou da republicana, mas nunca de ambas.

Delegados e superdelegados

Os delegados das eleições nos Estados Unidos são os membros do partido presentes à Convenção Nacional, votando em função do que foi decidido pelos eleitores de cada Estado. Os Superdelegados, no entanto, não têm seu voto vinculado a um candidato. São membros do Comitê Nacional do partido, membros da Câmara dos Representantes e senadores.

Como são distribuídos?

No Partido Democrata, a designação dos delegados é proporcional, isto é, a porcentagem de delegados atribuídos a cada candidato corresponde ao número de votos recebidos em cada Estado. Num Estado com 10 delegados e três candidatos, se 60% dos votantes apoiam o candidato A, 20% apoiam o candidato B e 20% o candidato C, o candidato A receberá seis delegados e os candidatos B e C dois cada um.

No Partido Republicano, cada Estado pode decidir como são designados os delegados, pelo sistema proporcional ou pelo chamado winner take all [o vencedor pega tudo, em tradução livre], que concede todos os delegados ao candidato com mais votos. Os Estados que usam este último sistema de designação, como Flórida, Ohio ou Illinois, adquirem mais peso nas primárias por sua capacidade de poder provocar uma reviravolta na corrida presidencial.

Quantos são?

No Partido Republicano há 2.470 delegados em jogo e um candidato precisa de metade dos delegados mais um para conseguir a indicação: 1236. O partido também tem 150 superdelegados.

No Partido Democrata existem cerca de 4.491 delegados –o total ainda não foi confirmado. Um candidato precisa de 2.246 delegados para a indicação. Há, além disso, 718 superdelegados.

A Convenção Nacional

Tradicionalmente, cada partido chega à sua Convenção com um candidato vencedor depois do processo das primárias. Se isso não aconteceu, as candidaturas podem ser submetidas a uma nova votação pelos delegados e superdelegados, cujo poder ganha um peso especial em tais circunstâncias.

Por que Iowa é tão importante?

Apesar de o número de delegados atribuídos através dos caucus ser minoritário -10% no caso dos democratas e 15% entre os republicanos- a importância dos caucus de Iowa se remonta a 1976, quando a vitória do candidato democrata Jimmy Carter demonstrou que um bom resultado nesta votação pode catapultar qualquer aspirante à presidência dos EUA. Desde então, os cidadãos de Iowa converteram-se em protagonistas absolutos do começo da campanha: são os primeiros interrogados sobre sua intenção de voto, os primeiros espectadores dos anúncios eleitorais em televisão e os primeiros a receber a visita dos candidatos à presidência dos Estados Unidos a suas cidades.

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