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Passe Livre mira em Haddad e Alckmin em nova manifestação contra a tarifa

Ato também foi convocado pelo MTST que fará dois protestos hoje na periferia de São Paulo

Ato do MPL, na semana passada em São Paulo.
Ato do MPL, na semana passada em São Paulo.Miguel Schincariol (AFP)

O Movimento Passe Livre (MPL) decidiu mirar, de uma só vez, no prefeito Fernando Haddad (PT) e no governador Geraldo Alckmin (PSDB). A quarta manifestação contra o reajuste da tarifa dos transportes, de 3,50 para 3,80 reais, acontece em São Paulo nesta terça-feira com concentração às 17h em Pinheiros. De lá, a marcha deve se dividir em duas, sendo que uma segue para a Prefeitura, e a outra, para o Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo estadual. O roteiro foi divulgado no final da manhã desta terça, na página do evento no Facebook.

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Além das duas manifestações nas regiões centrais da cidade, haverá mais dois protestos na periferia de São Paulo. Isso porque um dos maiores movimentos por moradia do Brasil, o dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), decidiu somar forças com o MPL na luta contra o aumento da tarifa e convocou dois protestos pela revogação do reajuste, que sairão do metrô Capão Redondo, zona sul de São Paulo, e do metrô Itaquera, na região leste, com concentração às 17h nos dois lugares. Pouco antes das 18h, o protesto as avenidas Rebouças e Faria Lima já estavam bloqueadas.

Desde o início do ano já ocorreram quatro protestos do Passe Livre pedindo a revogação do aumento - dois deles foram fortemente reprimidos pela Polícia Militar. No primeiro deles, no último dia 8, a PM disse que 3.000 pessoas estiveram presentes, enquanto que o MPL fala em 10.000; no último, que ocorreu no dia 15 em dois pontos da capital, o MPL afirmou que 11.000 estiveram presentes, enquanto que a PM não divulgou uma estimativa.

O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, vê com naturalidade a participação do movimento nos atos contra o reajuste. "É uma pauta que costumamos nos envolver com frequência, pois tem relação direta com os trabalhos de nossas bases", afirmou, lembrando que no ano passado e em 2013 os Sem Teto já haviam convocado manifestações contra a subida das tarifas. "Nós entendemos que fazer mobilizações no mesmo dia [que o MPL] é uma expressão clara de fortalecimento da luta", diz.

O trajeto a ser seguido pelas manifestações, que foi motivo de polêmica em atos anteriores, quando o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, exigiu que os movimentos divulgassem com antecedência a rota da marcha, deve provocar novo desentendimento entre os manifestantes e as autoridades. O MTST anunciou que só irá divulgar o itinerário do seu protesto no local.

Por meio de nota, a secretaria de Segurança Pública "lamentou", na noite desta segunda, "a ausência de comunicação prévia do trajeto pelo MPL". Afirmou ainda que o MTST realiza comunicações prévias dos seus atos, assim como a Força Sindical. Guilherme Boulos, porém, nega que essa seja, de fato, uma prática do movimento. "Não divulgamos o trajeto. Estranhei a nota do Governo do Estado de dizer que nós havíamos divulgado o trajeto", disse. "Nós somos frontalmente contrários à forma que o Governo tratou os atos do Movimento Passe Livre no centro. O Governo não precisa autorizar ou desautorizar trajeto [de uma manifestação]".

Em reunião com o Ministério Público na segunda-feira, integrantes do MPL afirmaram que divulgariam o trajeto do ato hoje, mas que "isso não significa que divulgaremos sempre", segundo Luize Tavares.

Na reunião na segunda, o MPL pediu que o MP interviesse na questão da tarifa, investigando se houve ou não abuso no reajuste. Já existe um inquérito civil instaurado pela Promotoria de Habitação e Urbanismo, para investigar a questão, mas o MP ainda não tem um prazo para que as investigações sejam retomadas. 

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