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Turquia acusa o Estado Islâmico pelo atentado que matou 10 em Istambul

Das 10 pessoas que faleceram no ataque suicida, nove eram cidadãos alemães Outras 15 ficaram feridas na explosão, que ocorreu na turística praça Sultanahmet

Foto: reuters_live | Vídeo: Reuters Live! / Reuters
Andrés Mourenza

Uma explosão no centro do Istambul, na Turquia, deixou 10 mortos e 15 feridos nesta terça-feira, segundo autoridades locais. Nove dos 10 falecidos são cidadãos da Alemanha. O Governo alemão ainda não confirmou esta cifra, mas o ministério de Relações Exteriores recomendou que os cidadãos que estejam na Turquia evitem os lugares mais turísticos do país. "Condenamos de maneira enfática este atentado bárbaro e covarde que afetou o coração da metrópole turca", disse o ministro Frank-Walter Steinmeier.

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O atentado suicida ocorreu na praça Sultanahmet, uma região visitada diariamente por milhares de turistas, perto da basílica de Santa Sofia, do palácio Topkapi e da Mesquita Azul. O primeiro-ministro do país, Ahmet Davutoglu, disse que o responsável pelo ataque é um "estrangeiro membro do Estado Islâmico" que não estava fichado como suspeito de ser um jihadista e que, segundo acreditam as autoridades, chegou da Síria há pouco tempo, segundo informa Reuters.

Em uma coletiva de imprensa, o chefe de Governo assegurou que o responsável do atentado é um cidadão saudita que estava na Síria lutando do lado do Estado Islâmico. Segundo a agência Dogan, trata-se de Nabil Fadli, nascido em 1988. O vice-primeiro-ministro, Numan Kurtulumus, explicou que ele foi identificado a partir dos restos encontrados no lugar da explosão, informa Reuters. Momentos antes, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, havia dito que o autor do atentando suicida era um homem de origem síria.

As autoridades ainda investigam o tipo de explosivo utilizado, e policiais especialistas foram vistos no local. O primeiro-ministro do país, Ahmet Davutoglu, se reuniu de emergência com os ministros de Interior, Saúde e Justiça. Além disso, foi decretada a proibição de se publicar imagens do lugar.

“Houve uma explosão muito forte, perto do obelisco egípcio [diante da Mesquita Azul], e fomos ver o que tinha acontecido. Vi pelo menos sete ou oito pessoas estendidas no chão. Provavelmente estavam mortas”, relatou ao EL PAÍS Ersin, empregado do setor turístico, pouco antes de ser retirado da praça. “A polícia adotou fortes medidas de segurança, temendo que houvesse uma segunda explosão”, acrescentou.

A detonação ocorreu pouco depois das 10h (6h em Brasília) e pôde ser ouvida a mais de um quilômetro dali, segundo várias testemunhas. Numerosas ambulâncias e caminhões de bombeiros foram ao local, e a polícia retirou os visitantes e colocou um cordão de isolamento em torno da praça e de monumentos próximos.

Há pouco mais de um ano, no dia 6 de janeiro de 2015, uma mulher se suicidou junto a delegacia da Polícia Turística em Sultanahmet, ferindo com gravidade dois agentes — um deles morreu posteriormente. A autora do atentado foi identificada como Diana Ramazova, cidadã russa procedente da região de Daguestá e que supostamente mantinha laços ou com a Al Qaeda ou com o Estado Islâmico.

Vários atentados ocorreram durante o ano passado, supostamente perpetrados por membros turcos do Estado Islâmico. No dia 5 de junho, uma bomba acabou com a vida de quatro pessoas em um comício do partido pró-curdo HDP em Diyarbakir. Um mês e meio depois, em 20 de julho, um suicida se detonou em um ato a favor dos curdos da Síria, na localidade de Suruç, matando 33 pessoas. Finalmente, em 10 de outubro, dois supostos simpatizantes do Estado Islâmico se explodiram em uma manifestação pela paz na capital turca, Ancara, matando mais 100 pessoas.

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