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16 filmes para assistir em 2016

Esse ano que começa está recheado de estreias. Os títulos que foram destaque nos festivais de 2015 e outros que prometem chamar a atenção

'Spotlight' narra investigação jornalística do 'The Boston Globe' sobre pedofilia na igreja Católica.
'Spotlight' narra investigação jornalística do 'The Boston Globe' sobre pedofilia na igreja Católica.Divulgação
Gregorio Belinchón

Esse ano que começa está recheado de estreias no cinema. Na verdade, como sempre. De modo que é preciso expurgar e colocar todas as nossas esperanças em 16 títulos, alguns dos quais já pudemos assistir em suas estreias em festivais de 2015, como os de Cannes e de Berlim. Aqui está a lista, realizada sem nenhuma ordem, seja alfabética, de estreia e de relevância. É aleatória.

Carol (Todd Haynes). O último trabalho de Haynes estreou em Cannes e chamou a atenção por seu virtuosismo e sua precisão ao adaptar o primeiro romance de Patricia Highsmith, que narra a história de amor entre duas mulheres nos anos cinquenta: Rooney Mara levou ex aequo o prêmio de melhor atriz, mas não com quem realmente o merecia, sua colega de elenco Cate Blanchett. Tão apaixonada como fria. Estreia no Brasil em 14 de janeiro.

Silence (Martin Scorsese). Um dos projetos mais desejados por Scorsese por fim sairá do papel. Ocorreram inúmeras mudanças de elenco durante os anos em que esse filme – baseado no romance de Shûsaku Endô – esteve em produção. Finalmente Andrew Garfield e Adam Driver encarnam dois jesuítas portugueses que no século XVII buscam seu mentor (Liam Neeson) no Japão em plena perseguição contra sua ordem. É um dos possíveis filmes que podem estar prontos para Cannes.

Ave, César! (Joel e Ethan Coen). A tragicomédia, ou como quisermos chamar o gênero no qual os irmãos Coen se movem como peixes na água, irá inaugurar o festival de cinema Berlinale. Uma intriga detetivesca – o sequestro de uma grande estrela de cinema na metade da filmagem de um filme épico – que acontece nos estúdios de Hollywood em sua época dourada, nos anos cinquenta. Com um elenco sensacional: Scarlett Johansson, George Clooney, Channing Tatum, Ralph Fiennes, Josh Brolin, Tilda Swinton, Jonah Hill, Dolph Lundgren, Frances McDormand... Estreia no Brasil em 25 de fevereiro.

Batman vs. Superman: A Origem da Justiça (Zack Snyder). Nessa altura dos acontecimentos quase tudo já foi dito sobre esse filme... e sem que ninguém o tenha visto. Batman luta contra o Super-Homem, e no meio disso todo o planeta sofre, com Lex Luthor aproveitando a situação e a Mulher-Maravilha tentando colocar ordem. Só nos resta cruzar os dedos para que Snyder não tenha aprontado mais uma das suas. Saberemos em 24 de março.

Rogue One: a Star Wars Story (Gareth Edwards). Um dos spin offs nascidos do universo Star Wars conta a história dos rebeldes que roubaram os planos da Estrela da Morte. Curioso elenco com Diego Luna, Felicity Jones, Forest Whitaker, Ben Mendelshon e Mads Mikkelsen. Edwards (Monstros) pelo menos é um diretor que oferece certa garantia. Só nos resta esperar até 16 de dezembro.

Sully (Clint Eastwood). Eastwood, que gosta de biografias, resolveu filmar a vida de Chesley Sully Sullenberger, o piloto que conseguiu pousar um avião de passageiros no rio Hudson ao lado de Nova York. Para dar vida a esse herói surgido do nada, o ator que melhor os encarna: Tom Hanks. A data de estreia programada para os EUA é 9 de setembro, e pelas fotos Hanks está espetacularmente caracterizado.

Anomalisa (Charlie Kaufman e Duke Johnson). Uma joia da animação que teve o azar de estrear no mesmo ano que Divertida Mente. Kaufman transfere todas suas inquietudes – como sua constante reflexão sobre a identidade – ao stop motion. O que faz com que nos apaixonemos? Por que sentimos que o outro é diferente dos outros mortais? E isso através de um personagem odioso e em um hotel insignificante. Simplesmente brilhante. Chega aos cinemas brasileiros em 28 de janeiro.

O Regresso (Alejandro González Iñárritu). Tudo bem que o Negro – o apelido pelo qual Iñárritu é conhecido – filma em condições extremas, sem importar-se muito com as pessoas e pensando somente em seu filme, mas alguém realmente acreditou na história de que Leonardo DiCaprio foi estuprado por um urso nas filmagens? Enfim, DiCaprio busca o Oscar dando vida a um homem que sobrevive em 1820 nas inóspitas montanhas norte-americanas. Natureza selvagem para um sério candidato aos prêmios de Hollywood.

O Filho de Saul (László Nemes). Chega em 4 de fevereiro no Brasil um dos filmes que mais barulho fez em Cannes (recebeu o que seria considerado como o segundo prêmio na disputa). Com a câmera colada à nuca do protagonista, o espectador assiste à rebelião dos sonderkommando, os judeus que trabalhavam para os nazistas nos campos de concentração, em 7 de outubro de 1944 em Auschwitz. O húngaro Nemes estreia, e como, com esse drama, grande favorito ao Oscar de melhor filme de língua não inglesa.

Spotlight – Segredos Revelados (Tom McCarthy). Outro filme favorito ao Oscar. Narra a investigação de jornalistas do The Boston Globe sobre os abusos sexuais cometidos por padres católicos na congregação de Boston. Elenco de categoria para um drama sério, como os feitos por Hollywood nos anos setenta. McCarthy, excelente ator e diretor, faz aqui sua obra prima. Estreia no Brasil em 7 de janeiro.

Procurando Dory (Andrew Stanton e Angus Maclane). Primeiro Nemo se perdeu, e agora é a vez de Dory, a peixinha desmemoriada, se lançar à aventura para buscar sua família. Essa segunda parte é um enorme desafio para a Pixar... justamente do que essa empresa gosta. Estreia no Brasil em 16 de junho.

Personal Shopper (Olivier Assayas). Olivier Assayas chegará em Cannes com seu último trabalho? Continuará com sorte e terá rodado outro grande filme? Repete a parceria com a atriz Kristen Stewart (premiada com Acima das Nuvens) e agora o cineasta francês entra no mundo da moda em Paris.

Zama (Lucrecia Martel). Publicado há quase 60 anos, em 1956, o romance Zama, do escritor e jornalista Antonio Di Benedetto, é protagonizado por um dos tantos aventureiros espanhóis com título que chegaram à América, mas não para ficar, e acontece no final do século XVIII. Diego de Zamalloa é um funcionário que aguarda sem esperança um barco que o leve da colônia. Como não chega ele se lança em uma perseguição a um bandido em terras indígenas. Daniel Giménez Cacho dá vida a Zama, em uma produção da El Deseo que pode chegar a Cannes. Pelo menos é a grande esperança argentina.

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Midnight Special (Jeff Nichols). Em março chega aos cinemas norte-americanos um filme muito esperado, de um cineasta fundamental nesse século XXI: Jeff Nichols (Separados pelo Sangue, O Abrigo, Amor Bandido). Michael Shannon aparece mais uma vez em seu filme, e retorna outra vez às relações entre pai e filho: um pai e um filho fogem quando o progenitor descobre que seu descendente tem poderes. Junto a Shannon estão o onipresente Adam Driver, Kirsten Dunst, Sam Shepard e Joel Edgerton. O trailer é de arrepiar.

As Mil e Uma Noites (Miguel Gomes). O diretor português apresentou no último festival de Cannes essa trilogia que adapta o mítico livro árabe, história de histórias, à crise portuguesa. Tão excessiva como curiosa. Como explicou a esse jornal durante o festival francês, “a primeira é mais barroca, com uma mudança contínua de narrador. A segunda é mais austera... mesmo que não gostemos muito dessa palavra na Espanha e em Portugal, não? É mais obscura e trágica, mas mantenho o humor. O protagonista não é uma pessoa, mas um coletivo, os portugueses, e essa comunidade está desesperada. No final, o filme acaba em um tempo mais... descontrolado”.

Live By Night (Ben Affleck). Em 2016 ou Affleck ascende aos altares da glória ou decididamente acaba lançado aos leões. Os Filhos da Noite é um soberbo romance de Dennis Lehane ambientado nos anos 20 e 30 do século XX e que reflete sobre se é possível ser uma boa pessoa e um criminoso ao mesmo tempo, centrando-se no contrabando de rum na Flórida. Affleck o dirigiu e protagonizou junto com Scott Eastwood, Sienna Miller, Brendan Gleeson e Ellen Fanning. Pode ser que não estreie esse ano, mas vamos dar um voto de confiança ao rapaz.

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