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A escalada da Amazon coloca Jeff Bezos entre os mais ricos do mundo

A revalorização da empresa duplicou as riquezas de seu fundador. Dono da Zara se consolidou como segundo lugar no mundo

Jeff Bezos, fundador da Amazon.
Jeff Bezos, fundador da Amazon.Bloomberg

A Amazon demonstrou aos investidores em 2015 que é rentável, graças ao seu domínio absoluto no negócio do comércio eletrônico e ao tamanho alcançado por sua infraestrutura de gestão de dados. Wall Street a premiou com um aumento de suas ações de 118%. E a revalorização da empresa duplicou as riquezas de seu fundador, Jeff Bezos. O patrimônio de Bezos, estimado em 60,7 bilhões de dólares (245,5 bilhões de reais) se transformou no quarto maior do mundo. O espanhol Amancio Ortega, maior acionista da Inditex, da Zara,  se consolidou no segundo lugar mundial, atrás de Bill Gates, criador da Microsoft.

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Para a Bolsa de Wall Street, 2015 foi um ano estranho, dominado pela volatilidade e a incerteza. As mesmas divergências que predominam na economia global se refletem também na evolução das maiores fortunas do planeta, com magnatas que tiveram um ano inesquecível graças à forte retomada do valor de suas empresas e outros que, com a mudança de calendário, esperam recuperar parte do patrimônio perdido.

Jeff Bezos foi quem se deu melhor no ano passado. O aumento do valor da Amazon na Bolsa (de 118%, até 675 dólares [2.736 reais]) foi paralelo ao seu entre os mais ricos. Segundo o ranking de multimilionários elaborado pela Bloomberg, baseado nas fortunas dos magnatas da Bolsa, Bezos possui a quarta maior fortuna do planeta.

Em 2014 Bezos foi uma das maiores quedas e estava no 13° lugar, nove abaixo do atual. O fundador da Amazon, entretanto, está agora à frente até mesmo de Carlos Slim: o magnata mexicano teve seu pior ano nas finanças. Passou de segundo maior milionário do mundo a quinto, após uma perda de valor de seus investimentos na Bolsa de 19,7 bilhões de dólares (79,68 bilhões de reais).

As duas faces das fortunas

Bezos e Slim são as duas faces de 2015. Bill Gates continua no posto mais alto da lista dos multimilionários, com 77,37 bilhões de euros (339,23 bilhões de reais). São 2,3 bilhões de euros (10,08 bilhões de reais) a menos do que no começo de 2015. O retrocesso do cofundador da Microsoft já fez com que o espanhol Amancio Ortega tomasse emprestado seu cetro por algumas horas. O principal acionista da Inditex se consolidou assim como o segundo maior magnata do mundo após amealhar 11,87 bilhões de euros (52,04 bilhões de reais), somando no total 68,08 bilhões de euros (298,50 bilhões de reais), sempre segundo os cálculos da lista da Bloomberg.

O líder do império têxtil espanhol Inditex teve o segundo maior aumento do ano, seguido muito de perto por Mark Zuckerberg, com 10,95 bilhões de euros (48 bilhões de reais), graças a subida de 30% de suas ações do Facebook. O quarto maior aumento é do chinês Wang Jianlin, investidor do Atlético de Madrid e proprietário do Edifício Espanha em Madri, com um lucro de 10,49 bilhões de euros (46 bilhões de reais), o que o leva ao 12° lugar com 33,58 bilhões de euros (147,23 bilhões de reais). Larry Page e Sergey Brin ganharam 9,94 bilhões (43,58 bilhões de reais) e 9,48 bilhões de euros (41,57 bilhões de reais) respectivamente pela valorização de quase 45% da Alphabet, a antiga Google.

Amancio Ortega, o segundo homem mais rico do mundo
Amancio Ortega, o segundo homem mais rico do mundogetty

Jeff Bezos também está entre os que mais ganharam em números relativos, com um aumento de 110% no ano. É superado pela mulher mais rica da China, Zhou Qunfei, com 260%.

Até o investidor de maior reputação teve um ano complicado. Warren Buffett fecha 2015 com uma fortuna próxima aos 57,7 bilhões de euros (253 bilhões de reais). É o suficiente para se manter no terceiro lugar, mas começa a sentir a aproximação de Jeff Bezos. No seu caso o patrimônio diminuiu em 10,2 bilhões de euros (44,72 bilhões de reais), a segunda maior queda anual no índice de multimilionários da Bloomberg. Foi um ano que os acionistas da Berkshire Hathaway querem esquecer.

O conglomerado que utiliza o oráculo de Omaha para realizar seus investimentos teve uma redução de 11% de seu valor no ano, o pior rendimento desde a crise financeira. Nessa época, até mesmo perdendo 30%, teve um comportamento melhor do que o S&P 500, utilizado como comparação. Dessa forma é preciso voltar a 1999 para encontrar uma situação na qual a Berkshire foi um investimento pior do que o índice.

Wal-Mart prejudica Buffet

Sua carteira de investimentos foi prejudicada por títulos como a IBM, American Express e Procter & Gamble. Mas um o colocou em dificuldades: a Wal-Mart. A maior rede de hipermercados do mundo perdeu 30% de seu valor em 2015, a empresa com o pior rendimento do ano. Essa queda abocanhou um enorme pedaço dos herdeiros de Sam Walton, o que no caso de Jim Walton equivale a 9,39 bilhões de euros (41,17 bilhões de reais). Robert perdeu 8,74 bilhões de euros (38,32 bilhões de reais) e Alice, 8,56 bilhões (37,53 bilhões de reais).

Os Walton em março estavam entre as dez maiores fortunas. Ano ruim também para Larry Ellison. O valor de seus ativos na Bolsa se desvalorizou em 8 bilhões de euros (35,08 bilhões de reais), mas o fundador da Oracle se mantém como o nono mais rico entre Mark Zuckerberg e Larry Page. O empresário sueco Ingvar Kamprad, o homem que controla a Ikea, caiu ao décimo terceiro lugar após perder 6,7 bilhões de euros (29,38 bilhões de reais). No lado dos ganhadores é possível incluir também os três irmãos da fabricante de doces Mars, com um lucro de 5,5 bilhões de euros (24,11 bilhões de reais) cada um.

E entre os perdedores de 2015 aparecem o suíço Hansjoerg Wyss, da Synthes, que perdeu mais da metade de sua fortuna, e Lakshmi Mittal, que perdeu um terço. O rei dos cassinos, Sheldon Adelson, e o do fracking, Harold Hamm, também não foram muito bem.

Lacunas nas listas dos grandes milionários

Nenhuma lista de milionários é infalível, entre outros motivos, porque só levam em consideração os patrimônios empresariais públicos, e não os pessoais, como mansões e iates. A elaborada pela Bloomberg tem uma vantagem: é atualizada em tempo real todo dia. Acompanha de perto os empresários e investidores da Bolsa. Essa característica, entretanto, é ao mesmo tempo uma de suas principais fraquezas: deixa de fora os magnatas cujos patrimônios não dependem dos mercados. Essas lacunas podem ser preenchidas com a utilização de outro dos rankings mais elaborados, o da Forbes. Com esse segundo cálculo, é necessário incluir Michael Bloomberg, com mais de 5 bilhões de dólares (20,22 bilhões de reais), entre os ganhadores de 2015. E também os três fundadores da Airbnb, Brian Chesky, Joe Gebbia e Nathan Blecharczyk; e Travis Kalanick, da Uber

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