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Ceará celebra investimento chinês e quer fim do gargalo na energia eólica

Aporte de investidores chineses para fábrica no Pecém é alento após perda de refinaria Impulso a energia eólica é dado com financiamento do BNDES para empreendimento

Porto do Pecém, no Ceará.
Porto do Pecém, no Ceará.

A crise que acometeu a Petrobras, aprofundada pelos efeitos da devassa da Operação Lava Jato, não só levou embora ao menos 2 pontos do PIB de 2016 do Brasil, segundo o Ministério da Fazenda, como espalhou um rastro de frustração pelo país. O corte abrupto de projetos e investimentos ceifou, ao menos por enquanto, o sonho do Estado do Ceará de abrigar uma refinaria premium na zona porto de Pecém, a 56 km de Fortaleza.

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A Petrobras abandonou o projeto, mas não o Governo cearense. O governador Camilo Santana (PT) repete que segue a busca ativa por novos parceiros para refinaria, até porque o Estado já havia investido milhões no projeto. Pequim está na mira de Santana, mas, enquanto os novos sócios do empreendimento não vêm, o Governo comemorou um feito que veio da Ásia. Após viagem à China, a empresa Bonco acertou aporte de 200 milhões de dólares para instalação de uma fábrica de máquinas para exploração de óleo e gás na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE), nos arredores do porto.

A ZPE, um modelo no qual o Estado oferece benefícios fiscais para atrair investimentos estrangeiros voltados à exportação, é a ponta de lança dos projetos do Estado, que, como a maioria dos vizinhos do Nordeste, cresceu mais que a média do Brasil nos anos de bonança e agora luta para não retroceder com a crise. O principal trunfo da ZPE é a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), uma parceria da Vale com as sul-coreanas Dongkuk e Posco. Com investimento de mais de cinco bilhões de dólares, é um dos maiores da história do Estado.

Energia

"Queremos estar preparados e com um excelente ambiente de negócios para acelerar a retomada do crescimento do Ceará", diz Elcio Batista, secretário-chefe do Gabinete de Governo no Ceará. Parte do plano envolve um reimpulso na geração de energia solar e eólica. "Quando o Estado é um produtor de energia, ele consegue dar seu próprio ritmo de desenvolvimento."

O Ceará, o décimo terceiro maior PIB do país, é um dos pioneiros de produção de energia eólica, mas  vinha perdendo posição no ranking de geração nacional, entre outros motivos por conta do gargalo pela falta de linhas de transmissão. O Governo agora comemora a expansão do parque eólico. Apesar dos tempos de vacas magras, em setembro o BNDES aprovou empréstimo de 652 milhões de dólares para a expansão eólica em Itarema, que terá potencial instalado de 207 MW. Quem fornecerá o maquinário especializado à empresa Rio Energy, responsável pelo projeto, é a Acciona, a espanhola que é uma das maiores empresas de energia limpa do mundo e que já vende mais da metade de sua produção ao Brasil.

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