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Eduardo Cunha adia formação de comissão do impeachment

Agora, partidos têm até as 14h desta terça-feira para indicar nomes para a comissão

DIlma Rousseff, durante reunião com juristas nesta segunda-feira, em Brasília.
DIlma Rousseff, durante reunião com juristas nesta segunda-feira, em Brasília.EVARISTO SA (AFP)

O roteiro da crise em Brasília não sobrevive a um dia de atividade parlamentar. Quando todos esperavam que a comissão que deve analisar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff estaria escalada na noite desta segunda-feira, tudo mudou mais uma vez. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou o adiamento da instalação da comissão analisará o pedido de impeachment aceito por ele na semana passada.

Divergências internas no PMDB fizeram com que a ala rebelde da legenda, favorável ao impedimento, se articulasse com parlamentares da oposição para lançar uma nova chapa, com viés anti-Governo.Os dissidentes peemedebistas reprovaram as escolhas feitas pelo líder do partido na Casa, Leonardo Picciani, para compor a cota da legenda no colegiado. O deputado, que defende abertamente o Governo, deu preferência a nomes moderados ou favoráveis a Dilma. Agora, se nada mudar até lá, os partidos precisam indicar os nomes até as 14h de terça. No mesmo dia, o vazamento de uma carta do vice-presidente Michel Temer à Dilma evidenciou quão crítica é a relação entre o PT e o PMDB. Veja abaixo como acompanhamos o desenrolar da questão.

A definição da mais alta corte do Brasil pode ser considerada uma importante vitória para a frágil gestão Rousseff. Leia a reportagem completa de Afonso Benites ow.ly/W3ggQ
O presidente da Câmara diz que o Supremo mudou a jurisprudência do impeachment em relação ao procedimento adotado na época contra o então presidente Fernando Collor, em 1992.
Segundo Cunha, o presidente do Conselho de Ética está "errando de propósito" na condução de seu caso para "permanecer na mídia".
Em sua entrevista, ao comentar o recurso que pretende apresentar ao Conselho de Ética (que avalia processo contra ele), Cunha chama de "peça de ficção" o pedido do procurador-geral da República ao STF para afastá-lo.
Cunha elogia o voto do ministro Edson Fachin, vencido no julgamento do rito do impeachment no Supremo nas principais questões.
Segundo o presidente da Câmara, "o que causa mais desconforto é a possibilidade de impedir a disputa que sempre pautou a Casa".
Cunha: "Neste momento, nos preocupa. Não se pode obrigar ninguém a eleger. Eleição pressupõe o voto. Afastada a disputa pelo Supremo, vira referendo: vota-se sim ou não".
"Teremos um problema se o plenário rejeitar a nova comissão", diz o presidente da Câmara.
"E a comissão especial? A disputa pela presidência e pela relatoria, não tem candidatura avulsa?", segue questionando Cunha. Segundo ele, faltam alguns esclarecimentos. Cunha anuncia a convocação de reunião de líderes para a segunda-feira à tarde.
"E se os deputados não elegeram a chapa única?", questiona Cunha.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, diz agora em entrevista coletiva que pretende entrar com embargos no Supremo em relação à decisão dos ministros sobre a eleição de candidaturas avulsas.
O presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, encerra a sessão sobre o rito do impeachment.
Após a vitória da posição do Governo no STF, oposição tenta demonstrar confiança:
A contagem final dos temas mais importantes do rito do impeachment: O voto para a comissão deve ser aberto, por 6x5. Não pode haver candidatura avulsa, por 7x4. Senado tem de admitir o processo, por 8x3. Dilma não tem espaço para defesa prévia, por unanimidade.
Enquanto isso, no Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros, anuncia que "o ano legislativo está encerrado". Ou seja, o recesso não será cancelado, como estava sendo cogitado.
Lewandowski se posiciona pelo voto aberto, o último ponto para o que faltava definição, e a eleição da comissão do impeachment terá de ser refeita sem voto secreto.

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