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Real Madrid x Barcelona: blindagem policial histórica

Medidas de segurança para o clássico no Bernabéu superam qualquer outra partida

Uma pessoa trabalha no teto do Bernabéu.Foto: atlas | Vídeo: Paul White (AP)

São 1.100 policiais, 1.400 agentes de segurança contratados pelo Real Madrid, 122 guardas municipais, vigilância, revistas, controles exaustivos e uma bateria de medidas inéditas vão formar o esquema de segurança para o jogo Real Madrid x Barcelona no sábado (15h15, horário de Brasília). Já disse ontem o secretário de Estado de Segurança, Francisco Martinez: “O maior esquema já organizado para um evento esportivo”, concluiu em declarações à Rede COPE. Fontes da polícia confirmaram que se trata, pelo menos, do maior esforço realizado em um jogo de futebol, ainda maior do que o estabelecido em Real Madrid x Zaragoza, que foi disputado dois dias depois dos atentados de 11 de março de 2004 em Madri.

O massacre terrorista em Paris – que também foi realizado perto do estádio de futebol da capital francesa – e a suspensão de dois jogos internacionais – Bélgica e Espanha na terça-feira passada, em Bruxelas, e Alemanha x Holanda na última quarta-feira em Hanover – alteraram completamente as disposições das medidas de segurança previstas para o grande clássico.

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Foram dobrados os efetivos desde terça-feira (que passaram de 550 a 1.100 agentes em dois dias) e foi redobrada a segurança privada que normalmente é definida pelo clube. “Os controles serão exaustivos”, ressaltou Martinez, mas disse que a operação está prevista no protocolo em resposta ao nível quatro de alerta por risco de ataque terrorista em que se encontra a Espanha, somado a uma partida classificada como de alto risco.

Nos últimos dias, políticos e representantes do mundo dos esportes se apressaram para manifestar sua intenção de assistir ao clássico como um sinal de confiança nas medidas de segurança adotadas e como uma reivindicação dos valores e do modo de vida europeu, que não deve ceder ao medo. O secretário de Estado de Esportes, Miguel Cardenal, manifestou sua intenção de “perder um pouco o aniversário” de sua filha e assistir. E a delegada do Governo, Concepción Dancausa, também confirmou. Por sua parte, o ministro do Interior Jorge Fernández Díaz disse: “Meu filho vai, com isso digo tudo”.

Na tarde de ontem já dava para começar a ver os controles, com policiais rastreando com cachorros ao redor do estádio e o controle de veículos estacionados na área.

Está previsto que um cordão triplo policial proteja o Santiago Bernabéu que será estabelecido quatro horas antes da partida. As entradas, fechadas desde a noite de sexta-feira depois da revisão das instalações, serão abertas duas horas antes do começo da partida e haverá controles sistemáticos de bolsas e mochilas, não aleatórios. Por essa razão, e para agilizar os acessos, foi recomendado que os 85.000 espectadores esperados devem levar o mínimo de coisas possível. Dancausa já anunciou no início da semana: “Vamos revistar até os salgadinhos”. Após a reunião com todos os agentes implicados na segurança do evento na tarde de quinta-feira, Dancausa assegurou que as pessoas poderão “desfrutar tranquilamente do jogo”.

Filas de torcedores perto do estádio Santiago Bernabéu
Filas de torcedores perto do estádio Santiago BernabéuS. B. (efe)

Os ônibus das equipes e o esquema de segurança para a chegada deles ao estacionamento não mudou. Está tão controlado como sempre. “A única coisa a evitar é a psicose. Existem meios suficientes para detectar qualquer coisa”, assegurou um porta-voz do clube.

Depois dos atentados em Paris, a segurança dos grandes eventos foi reforçada com medidas extraordinárias. O próprio primeiro-ministro francês advertiu na quinta-feira sobre a possibilidade de que a França poderia ser alvo de um ataque químico ou bacteriológico, expondo assim os desafios de segurança colocados pela ameaça do terrorismo jihadista. Sobre essas declarações, o secretário de Estado de Segurança descartou que sejam “alarmistas” e argumentou que para garantir a segurança devem trabalhar com o “pior cenário possível”, o que, acrescentou, não significa que seja “o mais provável”.

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