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Música ibero-americana se rende a Roberto Carlos nos Grammy Latinos

Alejandro Sanz, Julieta Venegas e Seu Jorge prestam homenagem em show em Las Vegas

P. X. S.
Roberto Carlos, durante sua homenagem em Las Vegas.
Roberto Carlos, durante sua homenagem em Las Vegas.John Parra (WireImage)

Várias gerações de artistas de 12 países ibero-americanos subiram a um palco na quarta-feira à noite para celebrar o legado musical de Roberto Carlos, o rei no Brasil, talvez o intérprete de música popular mais internacional que o país já deu e uma referência da música latina. Os salões de um cassino de Las Vegas foram o cenário do concerto em homenagem à Pessoa do Ano, na entrega dos Grammys 2015. As piadas sobre os milhões de amigos de Roberto Carlos surgiam naturalmente.

“Roberto Carlos é a ponte entre o Brasil e a Espanha”, dizia a EL PAÍS o espanhol Alejandro Sanz minutos antes de subir ao palco para cantar Lady Laura. “Em um dado momento, fui dos primeiros em tomar a decisão de cantar em espanhol.” Foi uma das atuações mais poderosas da noite, bem como uma enorme versão de El Progresso (“Yo quisiera ser civilizado como los animales" / "Eu queria ser civilizado como os animais”) interpretada pelo colombiano Carlos Vives e a mexicana Julieta Venegas. Boa parte das músicas foi cantada na versão em espanhol.

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Sem poder evitar que centenas de vozes cantarolassem com ele baixinho, o atual ídolo da bachata (ritmo popular dominicano) Romeo Santos tinha inaugurado a noite com El gato que está triste y azul (O Gato que Está Triste e Azul, do original em italiano Un Gatto nel Blu (“Cuando era un chiquillo, qué alegría…” / “Quando era um menininho, que alegria…”). Os brasileiros Ana Carolina e Seu Jorge cantaram em português A Distância (“Quantas vezes eu pensei voltar/e dizer que o meu amor nada mudou…”). Honestly (Falando Sério) foi apresentada em inglês, interpretada por Dionne Warwick. O catálogo de Roberto Carlos foi esmiuçado nos três idiomas nos quais hoje se expressa a música latina. “Obrigado por cantar em espanhol”, disse Carlos Vives a Roberto Carlos, no palco.

O homenageado declarou no tapete vermelho sentir-se “muito emocionado e feliz” diante de “um momento muito especial que será inesquecível”. O show Pessoa do Ano dos Grammys Latinos é um evento que antecede a cerimônia de premiação, marcada para esta quinta-feira. No ano passado, foi a vez do espanhol Joan Manuel Serrat. Os músicos convidados interpretam as canções do homenageado em um jantar com ele.

“Como aqui ninguém me conhece, estou tranquilo”, dizia o espanhol Melendi no tapete vermelho. É a primeira vez que ele comparece aos Grammys Latinos e a Las Vegas. Subiu ao palco com a também espanhola Malú para cantar Yo te amo, te amo, te amo e a canção Ilegal, inmoral o engorda (Ilegal, Imoral ou Engorda). “Acho que caiu como uma luva, é uma honra cantá-la. Eu me identifico muito. Sou de 79, cresci com suas canções. Roberto Carlos é uma referência da música latina que está à altura dos Stones.”

O espanhol Miguel Bosé, homenageado em 2013 no mesmo formato, ia apenas desfrutar do show pela primeira vem em muitos anos, sem ter de cantar. Muito comprometido com a Academia Latina da Gravação, o cantor deixava no tapete vermelho uma reflexão sobre o alcance internacional desses prêmios, que contrasta com a distância com que são vistos na Espanha. “Nós, artistas, somos a marca da Espanha. É preciso que nos apoiem mais. O que a Academia conseguiu (com os Grammys) é fantástico. É preciso estar presente na academia de todos”, disse, em referência aos músicos espanhóis.

Um show de estribilhos que são hinos e a trilha sonora de qualquer criança dos setenta ou dos oitenta terminou com Roberto Carlos presenteando os espectadores com duas canções. O final, claro, foi para dizer que queria ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar, uma frase que na sua voz e ao vivo continua sendo inevitável acompanhar.

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