_
_
_
_
_

A bateria que se carrega em minutos

A chinesa Huawei avança na revolução tecnológica com duas novas baterias

A bateria se tornou esse elemento de nossas vidas que termina sendo tão indispensável quanto frustrante. Porque, no mundo hiperconectado de hoje, parece que é a única característica da tecnologia móvel que não avança na mesma velocidade que o resto. Os celulares terminam o dia agonizando, os tablets exigem que levemos um carregador na bolsa, e os relógios, cujas pilhas antes duravam anos, ficaram inteligentes às custas de um grave vício em eletricidade. Não surpreende que a vida da bateria tenha se tornado uma das principais queixas em todos os tipos de produtos eletrônicos. E com terminais cada vez mais finos e leves, a solução não parece simples. Mas a Huawei afirma tê-la encontrado.

Mais informações
Como bater papo pelo mundo sem gastar em ‘roaming’
‘Hackear’ página do Facebook pode custar 315 reais; bloqueio de site, 52
Gigantes da tecnologia investem em aplicativos para leitura de notícias
O que vai mudar com as redes 5G?

Watt Lab, a divisão de energia do Instituto de Pesquisa Central da empresa chinesa, aproveitou a 56ª edição do Simpósio de Baterias, realizado há poucos dias na cidade japonesa de Nagoia, para apresentar duas novas criações cuja principal característica é a velocidade com que são carregadas. Não deixam de ser baterias de lítio convencional, mas a diferença está em uma dessas microinovações que caracterizam as marcas chinesas: “Conseguimos encadear heteroátomos à molécula do grafite no ânodo, que serve para catalisar a captura e a transmissão do lítio através das conexões de carbono”, é a explicação técnica dada pela Huawei em um comunicado. “Isso resulta em uma carga mais rápida sem reduzir a densidade energética ou a vida útil da bateria”, conclui.

Na prática, e em linguagem simples, o que conseguem é carregar a bateria até dez vezes mais rápido. Huawei demonstrou isso com dois vídeos curtos. Uma das duas novas versões consegue carregar até 48% de sua 3.000 mAh (miliampère por hora) – a capacidade de muitos dos maiores celulares – em apenas cinco minutos. Com essa carga, a marca chinesa garante que é possível realizar 10 horas de ligações. A outra bateria, 600 mAh – utilizada em dispositivos menores, e com uma capacidade três vezes superior ao do Apple Watch –, carrega 68% em dois minutos. “Sabemos da importância que a bateria tem agora em nossas vidas, e acreditamos que conseguimos abrir a porta para uma revolução na eletrônica”, contou ao EL PAÍS um porta-voz da empresa.

Sabemos da importância que a bateria tem agora em nossas vidas, e acreditamos que conseguimos abrir a porta para uma revolução na eletrônica

Por enquanto, a Huawei afirma que as duas baterias passaram por todos os controles de qualidade e estão prontas para serem comercializadas com os novos aparelhos da marca. Sem dúvida, essa característica poderia se tornar um verdadeiro elemento diferenciador para os celulares que chegam a um mercado mais saturado, no qual as cargas rápidas mais interessantes – as incorporadas por marcas como Oppo ou Meizu – demoram meia hora para chegar em torno de 50%-60% de sua capacidade. “Logo vamos conseguir carregar nossas baterias no tempo que demoramos para tomar um café”, disse Huawei. E a empresa afirma que, no futuro, esta nova tecnologia poderia também ser incorporada aos veículos elétricos.

O que está claro é que a empresa chinesa, uma das principais fabricantes de telefones celulares e tecnologia de telecomunicações – também é um dos principais desenvolvedores das redes 5g –, está crescendo. De acordo com dados da consultoria Canalys durante o terceiro trimestre deste ano, as vendas da Huawei cresceram 81% na China, onde conseguiu, pela primeira vez, superar a Xiaomi e subir ao primeiro lugar no mercado mundial mais importante do planeta.

“Dedicamos grandes recursos para a inovação, porque acreditamos que é a única maneira de que as empresas chinesas alcancem as melhores do mundo e comecem a assumir a liderança”, comentou um responsável da Huawei durante uma visita ao seu centro de P & D, na periferia de Xangai. “O 5G será uma grande revolução para a Internet das coisas, mas não precisamos apenas melhorar a rede, também é fundamental aumentar a autonomia dos aparelhos”.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_