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Google já faz buscas no Facebook

O buscador oferece resultados de eventos, fotos e conteúdo dentro da rede social

Google poderá rastrear alguns conteúdos do Facebook.
Google poderá rastrear alguns conteúdos do Facebook.KAREN BLEIER (AFP)

A missão de fundação do Google é buscar informação da Internet. A do Facebook, conectar pessoas. Até agora o Google não podia buscar a informação da rede social. O Facebook sempre foi acusado de ser um jardim fechado, até essa semana. Consciente de que é cada vez mais fonte de tráfego e informação que causa impacto no resto da rede, o Facebook mudou parte da estrutura de sua página. Agora permite os chamados “deeplinks”, links para páginas internas do site.

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As implicações dessa mudança são profundas. O Facebook resolve uma das críticas mais frequentes para dar acesso ao principal buscador da rede. Até hoje, o Google tinha acesso parcial, podia mostrar um conteúdo em seus resultados, mas ao clicar no mesmo era preciso ter um perfil na rede social e, até mesmo, ser amigo de quem compartilhou o conteúdo mostrado no resultado. Agora não será assim. O Google não entrará no perfil pessoal, mas nas páginas, como as de veículos de informação, artistas e marcas, eventos e grupos. Ou seja, informação que geralmente é considerada pública, mas não era acessível.

Dar acesso ao Google é especialmente útil para os eventos que ocorrerão em um local e momento concretos. Como novidade, eles podem ser tornados públicos ou privados e, no segundo caso, não serão indexado pelo Google.

O Facebook sabe que para manter sua relevância precisa ser cuidadoso com os perfis. Grande parte de seu valor está relacionado mais às postagens antigas do que com os conteúdos mais recentes. Não é por acaso que todo dia oferece uma seleção de momentos importantes na mesma data em anos anteriores, e, na lateral superior direita, existe uma linha temporal para uma interação mais simples no próprio mural. Uma grande fonte de entretenimento e, por que não, de fofoca.

Há mais de um ano o Google vinha pedindo acesso ao Facebook. A empresa de Mountain View, como norma, pede aos criadores de aplicativos que permitam o rastreamento de informação. O Facebook é o aplicativo mais utilizado no celular.

O Facebook mudou parte da estrutura de sua página. Agora permite os chamados "deeplinks", links para páginas internas do site

O acesso do Google também será útil ao Google Now,seu aplicativo de previsões personalizadas integrada ao Android. Para o buscador, essa é a grande aposta do futuro: mostrar resultados no celular antes que o consumidor os busque. O Now, que já vem integrado aos últimos celulares, ocupa toda uma tela e gere desde as agendas aos mapas, passando por resultados esportivos. Ele é capaz de sugerir um filme no cinema próximo ao trabalho, além de séries de acordo com os gostos do dono do celular. Para saber o que sugerir, o Now pega informações de buscas e aplicativos instalados. Ainda não se sabe o que o tamanho de abertura do acesso dado pelo Facebook representa. A empresa se limitou a emitir uma pequena nota: “Quando alguém busca conteúdo público através de um celular Android, poderá clicar e chegar diretamente ao resultado através de nosso aplicativo”.

Ao mesmo tempo, o Facebook realizou grandes esforços para organizar seu enorme armazenamento de conteúdo, sensações e fotos. A última atualização de seu buscador interno, permite acessar mais de dois trilhões de atualizações, dentre as quais se incluem informações pessoais. A novidade é que a linguagem de busca não precisa utilizar parâmetros ‘facebookianos’, ela entende a sintaxe da linguagem natural, mas somente em inglês. É possível buscar “cats and dogs photos” e receber resultados de fotos de cachorros e gatos. Tom Stocky, vice-presidente de buscas, esclarece que a empresa não pretende torná-lo rentável por enquanto: “O modelo de negócio baseado nas buscas não faz sentido para nós. Pelo menos, por agora”.

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