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Jornais espanhóis respondem às acusações do ‘The New York Times’

Associação de editores defende a “qualidade da liberdade de imprensa” no país europeu

Capa dos jornais espanhóis nesta quinta-feira.
Capa dos jornais espanhóis nesta quinta-feira.Claudio Álvarez

A Associação de Editores de Jornais Espanhóis (AEDE, na sigla em castelhano) respondeu nesta quinta-feira a uma reportagem de 5 de outubro do The New York Times intitulada “Imprensa da Espanha é esmagada pelo Governo e pela dívida”, que questionava a liberdade de imprensa no país europeu. O jornal norte-americano afirmava que “o setor enfrenta a uma tempestade perfeita: enormes dívidas e a firmeza do Governo conservador de Mariano Rajoy e do seu Partido Popular, que reage agressivamente às críticas”. Além disso, dizia que tais “pressões” despertam preocupações quanto à liberdade de expressão e sugeria que os jornais tradicionais, em outros tempos os mais influentes do país, teriam se tornado excessivamente dóceis.

Para a AEDE, o The New York Times traça “uma caricatura da realidade informativa” espanhola, onde os principais títulos vêm relevando “numerosos casos de corrupção política e empresarial”. Alguns, como os escândalos Gürtel e Púnica, estão diretamente relacionados ao partido do Governo. Os editores de imprensa espanhóis enfatizam que, apesar da dupla crise que afetou a imprensa (a econômica e a decorrente do novo ecossistema digital), a liberdade de imprensa não se viu afetada.

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Em seu artigo, o The New York Times faz referência às dificuldades enfrentadas pelos meios de comunicação para se ajustarem à tecnologia digital e à diminuição da receita publicitária, acrescentando que existe uma inquietação pelo fato de os jornais espanhóis tradicionais terem “perdido sua independência em meio à crescente pressão financeira”.

A AEDE conclui sua nota afirmando o jornal norte-americano “não descreve a realidade” da imprensa e que seus integrantes consideram a reportagem “infeliz” e “repleta de convencionalismos não verificados”.

Nota da AEDE

A Associação de Editores de Jornais Espanhóis reage às acusações emitidas pelo The New York Times a respeito da liberdade de imprensa na Espanha, ao considerar que o artigo faz uma caricatura da realidade informativa. A AEDE defende a liberdade de imprensa na Espanha, um país caracterizado pela pluralidade midiática, onde continuamente estão nascendo novos meios de comunicação com linhas editoriais variadas. Além disso, destaca os numerosos casos de corrupção política e empresarial que os principais títulos espanhóis revelaram nos últimos anos.

Os editores de imprensa espanhóis exaltam seu trabalho informativo e valorizam o caráter investigativo e o rigor que vigoram em suas redações para que atuem como consciência crítica do poder. Uma missão que foi notória durante os anos de crise, quando o questionamento das estruturas tradicionais foi especialmente intenso por parte dos meios de comunicação.

A crise econômica geral, paralelamente à peculiar transformação dos veículos nos últimos anos, preservou “o que há de mais prezado no nosso trabalho, a liberdade de imprensa”. Segundo os editores, “o artigo não descreve a realidade” e é “infeliz e repleto de convencionalismos não verificados”, algo “particularmente surpreendente em um veículo de tanto prestígio”.

A liberdade de imprensa goza de ótima saúde, como demonstram os mais de 17 milhões de leitores fiéis que escolhem a imprensa escrita como melhor maneira de se informar.

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