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Furacão Patricia deixa México em alerta sob risco de fortes tempestades

Fenômeno, agora na categoria 1, perdeu força com rapidez, mas perigo continua

Elena Reina
Guadalajara (México) -
Uma rua de Puerto Vallarta durante a passagem do furacão Patricia.
Uma rua de Puerto Vallarta durante a passagem do furacão Patricia.h. g. (AFP)

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, pediu para que o país continue em alerta, embora os danos causados após a passagem do olho do furacão Patricia tenham sido menores do que o esperado. O Centro Nacional de Furacões alertou para tempestades e deslizamento de terras com perigo de morte nos Estados de Nayarit, Jalisco, Colima, Michoacán e Guerrero ao longo deste sábado, enquanto o furacão avança, já rebaixado para a categoria 1, para o nordeste do país.

O fenômeno, considerado o mais forte na história, registrou ventos de 325 quilômetros por hora e rajadas de até 400 quilômetros por hora ao tocar a terra, por volta das 21h na sexta-feira (horário de Brasília). Sete horas depois, já havia sido rebaixado à categoria 2, enquanto continua seu avanço em direção ao nordeste do país. Durante a madrugada, havia perdido força, e agora está na categoria 1, segundo o serviço meteorológico oficial, com ventos de 120 quilômetros por hora.

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Embora tenha perdido força, as autoridades de proteção civil dos dois Estados mais afetados, Colima e Jalisco, afirmam que o perigo continua. Foi pedido aos habitantes das áreas mais afetadas que não deixem os abrigos, não caminhem pelas ruas e de forma alguma dirijam nas estradas.

Embora o furacão tenha enfraquecido rapidamente, o presidente mexicano fez um alerta: "O mais perigoso do fenômeno ainda está por vir". O risco destacado tanto por autoridades estaduais quanto federais é o de inundações. Espera-se que o volume de chuvas seja equivalente a 40% do registrado em um ano nas regiões afetadas. "Há cidades em Colima que se transformaram em rios", disse Luis Felipe Puente, diretor-geral de Proteção Civil. Além disso, a grande quantidade de água produziu deslizamentos de milhares de toneladas de cinzas do vulcão de Colima. Todos os moradores das encostas, cerca de 8.000 famílias, foram removidos.

Puerto Vallarta, um dos principais locais turísticos do Pacífico mexicano, está com as ruas vazias. "Não se escuta nada, há um silêncio assustador. Não há uma alma na rua", descreveu Jorge Dau, proprietário do hotel Puerto de Luna, poucos minutos antes da chegada do furacão na costa. Cerca de 6.300 turistas foram transferidos para o interior, principalmente para Guadalajara.

Autoridades de proteção civil dos Estados mais afetados, Colima e Jalisco, afirmam que o perigo continua

"Chegamos há dois dias e só vimos o mar um dia. Esta manhã fomos informados que tínhamos de deixar o hotel e ir para Guadalajara", conta Estephanie, de 27 anos. Ela e seis amigos vieram de Los Angeles para passar uma semana de férias na paradisíaca costa de Guadalajara e, devido à intensa chuva na capital, decidiram ir embora.

As principais vias de saída de Guadalajara ficaram congestionadas durante toda a sexta-feira. A chuva causou engarrafamentos na capital. Nas imediações, na estrada que conduz à costa, mais de 200 pessoas esperavam amontoadas em barracas fornecidas por alguns estabelecimentos. A maioria, trabalhadores desesperados para chegar em casa antes que o furacão os alcançasse.

Enrique de la Madrid, secretário de Turismo, disse que quase não houve estragos à indústria hoteleira, como ocorrido durante a passagem do furacão Odile no verão passado. "Embora o furacão não tenha desaparecido, se não vemos nada agora quer dizer que não haverá maiores danos", observou De la Madrid.

Espera-se que a Sierra Madre coloque um freio ao furacão mais forte da história. Enquanto perde força, as chuvas que deixa para trás mantêm em alerta os moradores de Jalisco, Colima e Nayarit, nada acostumados a esse nível de precipitações.

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