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Paraguai apresenta protesto ao Brasil por violação de sua soberania

Governo paraguaio reclama de atuação de militares brasileiros em águas do rio Paraná

Rodolfo Borges

O Governo paraguaio convocou na sexta-feira embaixador brasileiro no Paraguai, José Felício, para lhe entregar uma nota de protesto em que lamenta "incidentes ocorridos nas águas jurisdicionais paraguaias, na zona de Salto del Guaíra", informa o Ministério das Relações Exteriores do país. Além de relatar o ocorrido no rio Paraná — na altura da fronteira paraguaia com o Mato Grosso do Sul e o Paraná — ao Governo brasileiro, a nota expressa que "o acontecido constitui um ato grave e afeta a soberania do Paraguai".

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Segundo o jornal local ABC Color, militares brasileiros teriam adentrado território paraguaio sem autorização para enfrentar, em uma ação que envolveu troca de tiros, o que acreditavam ser contrabandistas. O fato ocorreu durante as atividades da Operação Ágata, que tem como objetivo reprimir os crimes de contrabando nas fronteiras entre os dois países. No relato do periódico, os militares brasileiros apreenderam seis embarcações na ação realizada na última terça-feira. No dia seguinte, teria ocorrido um novo confronto, desta vez entre militares dos dois países.

Na nota de protesto, os paraguaios ressaltam que seu país "mantém uma estreita cooperação com o Brasil na luta contra todas as formas de delinquência organizada, e espera que, baseado em princípios de respeito recíproco e cooperação, feitos desta natureza não voltem a se repetir".

O Ministério da Defesa brasileiro informou que todas as ações referentes à operação foram realizadas do lado brasileiro e que não houve incursão do lado paraguaio. Afirmou também que o comandante da Operação Ágata desconhece o incidente e que nenhum militar brasileiro participou de de qualquer atividade contra o exército vizinho. Ainda assim, de acordo com o Ministério, o embaixador do Brasil no Paraguai já informou ao governo vizinho que foi aberto um inquérito para apurar as ocorrências.

Já o Itamaraty confirmou por meio de sua assessoria de imprensa que recebeu o protesto do país vizinho e informou que pretende respondê-lo na segunda-feira. Até lá, o Governo brasileiro vai apurar o que ocorreu. O Ministério destacou ainda que está disposto a aumentar a cooperação do combate a ilícitos na fronteira entre os dois países.

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