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Opositora Maria Corina é impedida de exercer cargos públicos na Venezuela

Controladoria-Geral da República envia um comunicado que pretende excluí-la das próximas eleições

María Corina Machado, em uma imagem de 2014.
María Corina Machado, em uma imagem de 2014.REUTERS

A ex-deputada e ex-candidata presidencial de oposição María Corina Machado avaliava na terça-feira, em Caracas, como reagir diante da decisão da Controladoria-Geral da República –órgão auditor do Poder Cidadão, um dos cinco do Estado venezuelano- que a desabilitou para ocupar cargos públicos por um ano.

Se a sanção for efetivada, poderá impedir María Corina de participar como candidata a uma cadeira na Assembleia Nacional nas próximas eleições parlamentares, previstas para 6 de dezembro.

María Corina, uma das faces visíveis da La Salida, movimento dos setores mais radicais de oposição, e líder do grupo Vente, é também uma das figuras mais molestadas pelo governismo, que vê nela uma representante da oligarquia nacional e agente de interesses estrangeiros. Seja como for, para a legislatura atual, 2011 a 2016, foi a deputada com maior votação, representando um distrito do Estado central de Miranda.

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Mesmo assim, em 2014 a bancada majoritária do chavismo conseguiu destituir María Corina de sua imunidade parlamentar. Um pretexto insignificante –a manobra com a qual a deputada conseguiu juntar-se a uma delegação panamenha para poder falar à Assembleia Geral da OEA, em Washington— foi suficiente para que o presidente da Assembleia e número dois do partido do Governo, Diosdado Cabello, armasse uma emboscada com aparência legal e a destituísse por “desempenhar uma função paralela” e representar outro país.

Agora o regime ativa outro recurso da institucionalidade revolucionária para impor obstáculos à participação de María Corina nas próximas eleições para a Assembleia Nacional, que se acredita serem decisivas para o processo bolivariano.

A líder opositora na Venezuela, que há mais de um ano não ocupa cargo eletivo, mostrou conhecer a sanção por meio de sua conta do Twitter, na qual mostrou imagens do ofício da Controladoria. No entanto, não fez declarações nem mencionou as acusações de que é alvo.

Fontes de sua assessoria de imprensa disseram ao EL PAIS que o motivo da desabilitação é “inacreditável” por sua insignificância e que María Corina falará sobre o assunto numa entrevista coletiva nesta quarta-feira.

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