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Mulher e bebê sobrevivem cinco dias na selva após acidente aéreo

Mãe e a criança escaparam ilesas e resistiram 5 dias comendo cocos e bebendo água

O avião no qual viajava María Nelly Murillo e seu filho de apenas oito meses caiu no último sábado. Eram os únicos passageiros, além do piloto. Haviam decolado em Nuquí, um destino turístico no Pacífico colombiano, em direção à capital de Chocó, mas depois de 20 minutos de voo, o avião desapareceu dos radares.

O acidente foi confirmado apenas algumas horas mais tarde, quando um helicóptero avistou o avião no meio da densa floresta que caracteriza essa região no noroeste do país.

Por enquanto, apenas se sabe que quando o avião caiu e começou a pegar fogo, ela conseguiu abrir uma das portas e sair correndo

Os agentes de resgate da Força Aérea e da Cruz Vermelha chegaram ao local do acidente no dia seguinte, no domingo pela manhã, e encontraram o corpo sem vida do piloto, Carlos Mario Ceballos, mas nenhum vestígio de María Murillo e seu filho. "Vimos como o avião estava, havia comida, alguns cocos descascados, como se tivessem sido utilizados para alimentação, não vimos o corpo dela em nenhum lugar, nem sequer encontrávamos vestígios de sangue", disse o agente Rafael Caviedes ao jornal El Tiempo.

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Na segunda-feira começou a busca pela mulher de 18 anos e seu filho, que sobreviveram ao acidente aéreo e então vagaram cinco dias pela densa floresta. As equipes de resgate foram encontrando pistas que mostravam que estavam vivos: um saco de fraldas abandonado, o celular de Murillo com um registro de 91 chamadas, uma de suas sandálias e até o documento de identificação do bebê. Do helicóptero também gritaram através de um alto-falante para que não se afastasse dos destroços do avião, para que pudesse ser encontrada. "Nelly, por favor, volte, estamos à sua procura", disse um agente de resgate à revista Semana.

Disse que dois índios a ajudaram. O bebê, milagrosamente, não ficou ferido e só está desidratado

A busca terminou com sucesso na quarta-feira. Murillo estava a cerca de 400 metros do acidente e sobreviveu comendo cocos e bebendo água de um riacho que estava no fundo de um barranco, onde fez uma cabana para proteger o bebê. "Ajuda, ajuda", gritou Murillo quando viu os agentes à distância, de acordo com Asisclo Rentería, voluntário da Cruz Vermelha Colombiana que a encontrou. "A senhora María Nelly estava quase desmaiada", contou.

Por enquanto, apenas se sabe que, de acordo com relatos iniciais de Murillo aos médicos que a atendem em um hospital de Chocó, quando o avião caiu e começou a pegar fogo, ela conseguiu abrir uma das portas e sair correndo. No entanto, depois voltou para buscar o filho e foi quando sofreu queimaduras no rosto, pernas e braços. Também disse que dois índios a ajudaram. O bebê, milagrosamente, não ficou ferido e só está desidratado.

As equipes de resgate também disseram que, após a queda do avião, a cabine ficou completamente destruída, mas a parte traseira, embora amassada, estava em boas condições. Murillo poderia ter resistido ao impacto porque o avião estava estava cheio de peixes grandes e cocos, os mesmos que utilizou para se alimentar.

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