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“Mãe Emanuel”, uma igreja histórica para os afro-americanos

O templo, onde nove pessoas foram assassinadas, é o mais antigo no sul de EUA

A igreja de Emanuel cercada pela polícia depois do ataque.
A igreja de Emanuel cercada pela polícia depois do ataque.David Goldman (AP)

O ataque à Igreja Africana Metodista Episcopal (AME, na sigla em inglês) de Emanuel, em Charleston, ocorrido na noite de quarta-feira, quando um homem abriu fogo no interior do templo e matou nove pessoas, teve como alvo um dos símbolos da comunidade afro-americana dos Estados Unidos. Conhecida como Mãe Emanuel e fundada em 1816 pelo líder abolicionista Morris Brown, ela é a mais antiga das igrejas metodistas do sul dos Estados Unidos, que teriam sete milhões de fiéis.

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A Igreja Emanuel de Charleston, na Carolina do Sul, foi a primeira que a AME construiu fora da Filadélfia, onde o movimento surgiu com Richard Allen, que nasceu escravo. Em 1787, depois de comprar sua liberdade, ele fundou a Sociedade Livre Americana, que seguia a doutrina metodista, e fundou a igreja.

Desde sua constituição, a igreja se converteu em símbolo da luta contra a escravidão. Em 1822 o templo foi investigado por sua participação em uma revolta de escravos em Charleston. O reverendo Denmark Vesey, ao lado de Morris Brown um dos fundadores da igreja, organizou uma rebelião de escravos na capital da Carolina do Sul, embora a participação de Brown nunca tenha sido comprovada.

Como consequência da revolta, a igreja de Emanuel foi queimada, mas os serviços religiosos continuaram a ser celebrados até as igrejas negras serem proibidas, em 1834. Apesar do veto, os fiéis levaram sua tradição adiante na clandestinidade. Em 1865 eles se organizaram formalmente e a igreja adotou o nome de Emanuel, que significa “Deus está conosco”.

Em 1872 a igreja foi reconstruída em madeira no local que ainda ocupa hoje, mas a construção não sobreviveu ao terremoto devastador de 31 de agosto de 1886. O prédio atual, de tijolos e com painéis de mármore, foi completado em 1891.

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