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Um Brasil fraco arranca vitória no último lance e bate Peru por 2 X 1

Passe de Neymar deu a Douglas Costas gol decisivo. Próximo adversário é a Colômbia

Neymar dribla peruanos.
Neymar dribla peruanos.CLAUDIO REYES A.

Quando tudo parecia indicar que Ricardo Gareca conseguiria o primeiro ponto do Peru, em uma noite gélida e bagunçada, Neymar confirmou mais uma vez a sua primazia e inventou uma vitória que aliviará o ruído midiático direcionado ao paciente Dunga e sua jovem equipe. Em busca de um rápido aquecimento ou por causa dos nervos de duas seleções em plena reconstrução, Brasil e Peru dedicaram-se a uma rápida troca de golpes que resultou em dois gols em cinco minutos e ofereceu um primeiro tempo franco e divertido para os torcedores, embora pouco reconfortante para os treinadores. A sucessão de erros defensivos e a enorme quantidade de espaços permitiram a Neymar, Willian, Farfán ou Cueva encontrarem estradas sem trânsito até a área rival. Foi estranho que o marcador não tenha sido maior no primeiro tempo, principalmente a favor da seleção brasileira, que encontrou na experiência e nos cruzamentos de Daniel Alves um alívio frequente; em um desses passes, o primeiro, apareceu a cabeçada de Neymar (sozinho na posição do centroavante) que empatou depois do insólito gol peruano (aos 2 miuntos), em uma falha dupla de David Luiz e Jefferson, que em um ato de companheirismo tentou salvar o primeiro, que levantou os braços ao goleiro como se estivesse protegendo o seu decrescente prestígio.

Não houve pausa na gélida noite de Temuco: parecia não haver meias, a bola ia do terço de um campo para o terço do outro campo, os laterais se projetavam alegremente e permitiam, ao mesmo tempo, espaços nas suas costas. Idas e vindas agradáveis, mas suicidas diante de ataques de categoria internacional. A marcação de Miranda à estrela peruana, Paolo Guerrero, foi exemplar a noite inteira: Thiago Silva e David Luiz são definitivamente uma dupla do passado. A partida era intensa e tinha ritmo. Em seus quatro meses de trabalho, Gareca conseguiu tornar a seleção peruana, mescla de juventude e veteranos que retornam, como Farfán, um rival que pelo menos incomoda.

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Neymar sempre passa a sensação de estar um degrau acima dos demais: frequentemente espetacular, às vezes desnecessariamente brincalhão, veloz e imaginativo, segue sendo o único representante indiscutível de um futebol que maravilhou o mundo durante décadas. Neymar tentou 19 dribles, mais do que havia realizado em toda a Copa América de 2011. No segundo tempo, Dunga colocou Douglas Costa no lugar de Tardelli, que não soube aproveitar o caos, e reorganizou a sua equipe com um segundo atacante, Roberto Firmino, uma das esperanças da seleção mais jovem do torneio, mas que não teve muita influência nos 15 minutos em que jogou. Willian teve liberdade quase absoluta na etapa final e foi o melhor homem em campo (com exceção de Neymar, que joga outro esporte) até ficar cansado. O jogo avançava, e o Brasil começava a perdoar. Neymar havia acertado um chute indefensável no travessão. Mas além da partida digna do Peru e de uma sensação geral de descontrole que acompanhou a partida, ela deveria ter sido vencida antes pelo acúmulo de chances de gol. O banco do Peru parecia satisfeito. A estrela do Barcelona perdeu um gol feito aos 44 minutos do segundo tempo, novamente passe de Daniel Alves. Dois minutos depois, inventou um passe magistral entre as linhas defensivas do Peru para Douglas Costas, que teve o trabalho de apenas chutar entre o goleiro estreante Gallese e a trave. Iniesta, seu companheiro de Barcelona, aprovaria.

O esforço foi premiado. No final, Dunga ganhou seu primeiro jogo oficial e continua a sua sequência de vitória (11 em 11 jogos). A partida confirma a dependência que a ‘Canarinha’ tem do seu capitão, a falta de parceiros autênticos e a incerteza que acompanha a equipe há quase um ano. Mas é um triunfo (o técnico da seleção nunca pretendeu jogar bem antes de vencer) e projeta um duelo fascinante, na quarta-feira, contra a necessitada Colômbia de José Pékerman.

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