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Dunga: “O mundo gosta muito do Brasil, mas adora que ele perca”

Seleção canarinha estreia neste domingo, às 18h30, ainda com as feridas do Mundial 2014

O técnico Dunga durante a coletiva de imprensa.
O técnico Dunga durante a coletiva de imprensa.RODRIGO BUENDIA (AFP)

Para uma equipe que venceu seus dez últimos amistosos (com 23 gols marcados e 2 sofridos), deve ser incômodo conviver com a desconfiança motivada pela seleção de Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, 10 meses depois de ele assumir novamente as rédeas de uma equipe moralmente destroçada. Sobre o treinador, além do impecável currículo de vitórias não oficiais, deve-se reconhecer também o bom humor com que se refere às constantes referências à hecatombe de 2014 – a derrota de 7 x 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, em Belo Horizonte. “Na vida há altos e baixos, o que não significa que os jogadores tenham perdido a capacidade de jogar futebol. O mundo gosta muito do Brasil, mas adora que ele perca”, afirmou ontem, na entrevista coletiva que antecede à estreia da seleção na Copa América, às 18h30 deste domingo, contra o Peru, no povoado de de Temuco, no sul do Chile.

“Todos falam do Brasil, mas maior alegria deles é ganhar do Brasil. Olhe as outras equipes: entre eles jogam de uma maneira, mas contra o Brasil é outro clima. Temos jogadores vencedores, há 80 na Champions League e dois na equipe campeã [o Barcelona], sendo que um deles [Neymar] marcou um gol [na final da Champions]. A questão é dar carinho e confiança a esses jogadores para que voltem a jogar o futebol que conhecemos”, disse Dunga, que só convocou 7 dos 23 jogadores que estiveram na Copa de 2014.

Enfim chega a vez de Neymar. A rodada de hoje, além da apresentação da Colômbia, gira em torno do grande astro brasileiro. “Vamos analisar se faremos uma marcação pessoal nele”, disse na sua entrevista coletiva o treinador peruano, Ricardo Gareca. “Já fiz isso com ele quando dirigi outras equipes.” O ex-treinador do Vélez, cuja experiência foi elogiada no sábado por Dunga, afirmou que jogar contra Brasil tem “um tempero especial”.

Um assunto que preocupa na concentração brasileira é o frio de Temuco, embora o meia Elias tenha dito, durante a entrevista coletiva conjunta, que isso não será um fator determinante, já que “todos os jogadores estão acostumados, jogam na Europa”. Dunga continua sem revelar a escalação titular, em que há três dúvidas principais: o lateral direito (Daniel Alves, recém-chegado de suas interrompidas férias, ou o jovem Fabinho), o atacante que acompanhará Neymar (Diego Tardelli ou Roberto Firmino) e um meio-campista (Fred deve entrar se Coutinho não se recuperar de uma contusão).

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O treinador, enquanto isso, continua tentando costurar uma ferida, o 7 x 1, que “mesmo se cicatrizar deixará marcas”, conforme voltou a declarar na véspera da partida. “Devemos encarar essas partidas como preparação para as eliminatórias [da Copa de 2018], embora a gente sempre queira vencer […]. Não se pode ganhar sempre, mas devemos ser competitivos. Só assim seremos uma equipe forte. Sabemos que nada na vida é eterno.” Tampouco parecem lhe incomodar muito as vaias sofridas no último amistoso contra Honduras (1 x 0), em Porto Alegre: “O futebol é passional, o aplauso e a vaia estão muito perto”.

Como se fosse um roteiro de novela, o endereço do hotel da seleção brasileira em Temuco fica, justamente, na rua Alemanha.

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