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Barcelona vence a Champions

Time azul-grená consegue a tríplice coroa e o pentacampeonato do torneio europeu

Ramon Besa
Jogadores do Barcelona comemoram a Champions.
Jogadores do Barcelona comemoram a Champions.Michael Sohn (AP)

Tricampeão e pentacampeão. O Barcelona conseguiu na noite deste sábado sua quinta Champions (1992, 2006, 2009 e 2011 foram as anteriores) e se tornou a única equipe de futebol da história a ganhar duas vezes a tríplice coroa (2009 e 2015). A Europa se tingiu de azul e grená, as cores do Barça, desde a conquista em Paris há nove anos. Em seguida caíram Roma e Londres, e na noite deste sábado o Barça também venceu em Berlim, desta vez uma cascuda Juventus (3 a 1), numa final excitante, premiada com gols de Rakitic, Luis Suárez e Neymar, desafiados por um de Morata, o atacante espanhol do time italiano, que durante parte do segundo tempo fez sua equipe ter esperança.

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Messi não é Cristiano Ronaldo. Nada, que não a bola, distrai o novo rei do futebol, disposto a reconquistar a Bola de Ouro, agora que descobriu que sua glória fica maior na companhia de estrelas como Luis Suárez e Neymar.

Ninguém se surpreendeu com a coroação do Barça, obcecado com a tríplice coroa (Champions, Copa do Rei e Campeonato Espanhol) e entregue a três atacantes que saem a um título por cabeça – não um nem dois, e sim três --, como se estivesse escrito no roteiro depois da queda no Anoeta em janeiro, na véspera do Dia de Reis.

O Barcelona não estava preparado para perder. O favorito se impôs praticamente por inércia em Berlim. Há jogos cujo resultado é tão antecipado que se recomenda prestar atenção no roteiro, principalmente quando se sabe também que o protagonista será Messi. O número 10 apareceu nos passes e nos arremates para decidir uma final muito bem disputada pela Juve, uma equipe dura de vencer, por mais que não lhe caia a pecha de eterna vice-campeã da Copa da Europa. Para a Velha Senhora não bastou ter visualizado muito bem a partida nem a sublime atuação de Pogba e Buffon. A grande atuação italiana ampliou o triunfo que já era contado pelos fãs do Barcelona

O Barça não começou bem o jogo, em especial Mascherano. As falhas do “Chefinho” obrigaram a equipe a buscar segurança na longa posse de bola, no toque e no vaivém, jogada típica da casa, aprendida em La Masia. O efeito do passe multiplicador não incomodou a Juve até a hora que a bola chegou a Messi. O 10 disparou com uma inversão da direita para a esquerda, para Alba; a zaga bianconera teve que girar, o lateral tocou para Neymar, em profundidade para Iniesta, e o meia, calmo e clarividente, deu a assistência para Rakitic. Uma jogada preciosa, pela suavidade dos meias e pela agressividade dos atacantes do Barcelona.

Ninguém encarnou melhor a impotência da Juve do que Vidal, derrotado e repetitivo nas faltas, duro diante do jogo de equipe do Barça. Os azul-grená não souberam concluir a partida em um excelente quarto de hora pela falta de precisão e também pela intervenção de Buffon. Ainda que tenha sido difícil para os rapazes de Allegri se imporem à lucidez de Messi, já se sabe que eles nunca abandonam uma partida: sempre encontram fôlego em uma jogada ou em um jogador, e foi assim em Berlim. Atacaram bem o Barça com a pressão forte, as transições de Pogba e o auxílio de Morata. Aos jogadores da Juve só faltou contundência na área, exigindo mais de Ter Stegen.

Juventus 1 X 3 Barcelona

Juventus: Buffon; Lichtsteiner, Barzagli, Bonucci, Evra (Coman, 89); Marchisio, Pirlo, Pogba, Vidal (Pereyra, m. 79); Tevez e Morata (Llorente, m. 85). Não entraram: Storari; Ogbonna, Padoin e Sturaro.

Barcelona: Ter Stegen; Alves, Piqué, Mascherano, Alba; Rakitic (Mathieu, m. 91), Busquets, Iniesta (Xavi, m. 77); Messi, Suárez (Pedro, m. 96) e Neymar. Não entraram: Bravo; Rafinha, Bartra e Adriano.

Gols: 0-1. M. 4. Rakitic. 1-1. M. 55. Morata. 1-2. M. 68. Luis Suárez. 1-3. M. 97. Neymar.

Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia). Cartões amarelos: Vidal, Pogba e Suárez.

Público no Olympiastadion: 74.244 espectadores.

Nunca foi fácil jogar contra a Juve, uma equipe que deixa qualquer rival em má situação, e foi o que aconteceu com o Barça, exposto a situações de risco pela capacidade dos italianos de sair do assédio azul-grená e também de pressionar a linha de passe dos zagueiros e do goleiro do Barça. Diminuíram as acelerações de Messi, e os barcelonistas passaram a confiar em Iniesta e Busquets, em destaque no início, nos momentos de plenitude, e até o intervalo, quando a Juve foi ao limite. Estava difícil para os jogadores do Barça ter fluidez, dar continuidade ao jogo, sempre travado na espinha dorsal pela força física dos meio-campistas de Allegri.

O Barça não conseguia se livrar do assédio da Juve, e se virava melhor nos contra-ataques, mal concluídos por Luis Suárez, bem defendidos por Buffon. A arrancada de Rakitic e o jogo aéreo dos atacantes permitiram então que o Barcelona ganhasse fôlego depois de momentos de desconfiança graças ao orgulho competitivo da Juve, especialista em pressionar, roubar e correr, como ficou constatado com o gol de Morata.

Alves e Neymar perderam a bola para Lichtsteiner, Marchisio jogou muito bem, Tévez chutou a gol e Morata não perdoou. A intensidade da Juve contrastava com a desorientação do Barça. A tensão exigia concentração máxima, um exercício psicológico extremo e muita paciência, terreno mais propício para os italianos do que para o Barcelona. A agressividade alvinegra provocou uma infinidade de jogadas divididas, das quais a Juve sempre levou a melhor, exigindo um pênalti de Pogba antes que Rakitic e Messi reaparecessem. À corrida do croata seguiu-se uma tremenda condução do camisa 10, cujo disparo foi contido por Buffon. A bola, no entanto, ficou morta e à mercê de Luis Suárez. O uruguaio cravou 2 a 1, assim como Morata fizera no 1 a 1.

O terceiro gol demorou a chegar porque a bola bateu na mão de Neymar antes de acabar no gol de Buffon, e Piqué perdeu uma conclusão simples na pequena área da Juve. A entrada em cena de Xavi no lugar do excelente e esgotado Iniesta acalmou a partida, para sorte do Barcelona, e abalou a Juve. Não restou outro remédio para Allegri a não ser alterar o jogo direto, defender com três e atacar com três, reforçando o ataque com Llorente e até Coman. Luis Enrique respondeu nos acréscimos, com um gol de Neymar. A tríplice coroa exigia um terceiro gol para coroar a festa do novo pentacampeão da Europa, refletido na figura de seu capitão Xavi.

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