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Um ataque para entrar para a história

Messi, Neymar e Suárez, ultrapassam recorde de Cristiano Ronaldo, Benzema e Higuaín

Jordi Quixano
Suárez, Neymar e Messi celebram gol marcado durante jogo desta temporada.
Suárez, Neymar e Messi celebram gol marcado durante jogo desta temporada.Vicens Gimenez

Desde que Guardiola posicionou Messi como falso 9 em um clássico da temporada 2009-2010, o Barça e os técnicos que comandaram o time se esqueceram de buscar uma alternativa para o ataque porque entenderam que com o camisa 10 conseguiam superar qualquer desafio. As figuras de Larsson e Maxi López, exemplo de atacantes que finalizavam as jogadas mais do que passavam a bola, caíram no esquecimento. Assim, após a ácida atuação de Ibrahimovic –“sei jogar assim, vou jogar assim e sou meia-atacante”, disse o jogador a Guardiola —, o Barça contratou fabulosos complementos de ataque para jogarem pelas pontas como Alexis, Neymar e Villa, trocado de posição por exigências do roteiro. “Por estar na ponta, combinava com os companheiros mais do que finalizava como no Valência. Devia ter me acoplado, apesar de que já conhecia a posição desde a seleção e me colocaram em uma mais simples”, explicou Villa ao EL PAÍS. Algo parecido aconteceu com Suárez, que começou na ponta até Messi voltar a esta posição, para que o 9 pudesse se expressar mais efetivamente. Um acerto, porque os três atacantes da equipe somavam 117 gols (56 de Messi; 37 de Neymar; e 24 de Suárez), a pouca distância do recorde de Cristiano Ronaldo, Benzema e Higuaín. E ainda faltam duas partidas: duas finais, e a primeira é a da Copa do Rei (na final da Copa do Rei, Messi marcou dois e Neymar, um, ultrapassando o ataque do Real Madrid).

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O sucesso dos ataques modernos do Barça se expressa nas finais de Copa. Em 2009, venceu o Athletic (4-1) com Eto'o, Messi e Bojan, já que Henry estava lesionado. “Eu me sentia importante porque participei de todos os jogos e fiz cinco gols”, disse Bojan. E ninguém melhor que o atacante do Stoke para explicar a dificuldade de ganhar uma posição. “Peguei a melhor época da história do clube, quando havia uma seleção mundial. E estavam os melhores, por isso, me sinto orgulhoso de ter achado meu lugar em alguns momentos”, contou. E Villa completou a explicação: “No Barça só jogam os escolhidos. Não agora, mas desde sempre. Para mim foi uma honra e um privilégio”.

Já Ibrahimovic, em 2010, não quis aceitar e se desentendeu com Guardiola por não garantir sua posição como titular. No ano seguinte chegou Villa, e Pedro passou para a ponta direita. Um ataque que disputou e perdeu a final da Copa para o Real Madrid (1 a 0), assim como o trio formado por Neymar, Cesc – no lugar de Alexis — e Messi, no ano passado, de novo para o Real Madrid (2 a 1). Na temporada 2011-12, no entanto, o Barça voltou a se impor sobre o Athletic (3-0) com Alexis na direita, além de Messi e Pedro, que marcaram os três gols da partida. E agora, para o reencontro com a equipe basca, estão escalados, inicialmente, Messi, Suárez e Neymar. “Nunca tivemos um trio tão bom”, afirmou Piquet. Bojan, no entanto, apontou: “Fico com Ronaldinho Gaúcho, Eto'o e Messi porque vivi (essa fase) como torcedor e como jogador. Apesar de que eu não gosto comparar, porque o futebol evolui e a competição varia… e esse ataque tem jogadores de nível mundial”. Villa acrescentou: “Existem muitos gostos diferentes. Todas (as combinações) são muito boas e esta é a que mais gols faz. Mas eu fico com a minha, com Pedro e Messi. Ganhamos a Champions de Wembley”. E acrescenta: “Messi é o melhor do mundo e Neymar e Suárez estão entre os melhores e se complementam entre si, e daí os resultados”. Iniesta também opinou: “Henry, Eto'o… sempre tivemos os melhores. Mas esses três, na máxima expressão, são incomparáveis. Para mim, são os três números um e o futuro deve ser ainda melhor: são jovens e tem futuro espetacular”.

No Barça jogam apenas os escolhidos. Não agora, desde sempre. Para mim foi uma honra e um privilégio David Vila, ex-atacante do Barça

O ponto forte do ataque, centrado em Messi, mudou desde a chegada de Cruyff. De meia-central, o argentino passou para a ponta direita, de onde arranca para dentro para dar o passe ou resolver a jogada. “Trata-se de passar a bola para que eles criem oportunidades”, elogiou Piquet. “Fazem tanto que é preciso buscá-los, seja como for”, concluiu Xavi.

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