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O vestido de Rihanna: criação de alta-costura escolhido pela internet

Rihanna exibe na gala do MET de Nova York um desenho da estilista chinesa Guo Pei

Rihanna chega à gala beneficente do MET em NY.
Rihanna chega à gala beneficente do MET em NY.Karwai Tang (WireImage)

O vestido que Rihanna exibiu na noite de segunda-feira para a cerimônia de gala anual do Museu Metropolitan de Nova York (MET) não é inspirado em um crepe, uma omelete e nem em uma pizza, como interpretaram (em tom de humor) muitos usuários do Twitter. É um desenho de alta costura com um trabalho de confecção de 50.000 horas (uma mulher levou dois anos para confeccioná-lo) assinado pela estilista chinesa Guo Pei. E a cantora o descobriu navegando pela internet. “Estava procurando costura chinesa e encontrei essa peça”, contou à revista Vanity Fair.

A capa imperial amarela, bordada com flores sobre seda com acabamento em pele foi uma das poucas peças firmadas por um estilista chinês que desfilaram pelo tapete vermelho do MET, embora o leitmotiv do evento devesse responder ao título da exposição dedicada à moda que o museu organiza a cada primavera. China: Através do Espelho não apenas inspira os desenhos da mostra, mas também deveria ser o ponto de partida das roupas dos mais de 500 convidados que comparecem a essa reunião pagando 25.000 dólares cada.

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Além de disparar a atividade dos usuários das redes sociais (mais de 200.000 tuits enviados em menos de 24 horas, segundo Topsy), a escolha do vestido de Rihanna também implica um incentivo para Pei, uma designer com prestígio apenas em seu país, até a noite de ontem.

A modista contribuiu com duas peças à exposição e acaba de assinar uma colaboração com a marca de Cosméticos MAC. Mas conseguiu a verdadeira repercussão ontem à noite, quando o mundo conheceu através das telas de seus celulares no que consiste a costura de seu país. “O interesse em meu vestido fará com que seja lembrado para sempre”, declarou à revista New York Magazine. “É minha responsabilidade que o mundo inteiro conheça a tradição chinesa, além de conseguir uma nova ideia sobre o esplendor do meu país.”

Detalhe do bordado da camada de Rihanna
Detalhe do bordado da camada de RihannaJohn Lamparski (AFP)

Pei, nascida em Pekin, é uma das grandes assinaturas buscadas por artistas na China, como a atriz Zhang Ziyi (protagonista de Memórias de uma Geisha) e a cantora Song Zuying, que se apresentou no encerramento dos jogos olímpicos de seu país com um terno da designer ao lado de Plácido Domingo. Pei começou criando roupa para crianças para depois trabalhar em diversas empresas, até que decidiu criar sua própria marca, segundo explicou a The Wall Street Journal em um perfil publicado em 2013. Os vestidos que fazia a apresentadoras de TV serviram para sua promoção e para que criasse uma casa que emprega 450 artesãos, dos quais 300 são bordadores e 150 se dedicam a desenho e padrão.

Um delicado trabalho que se traduz em peças que podem custar até 700.000 euros. Em 2010, antes de que Rihanna cruzasse seu caminho, a prestigiosa jornalista de moda Cathy Horn do The New York Times comparou Pei com Charles James, o costureiro norte-americano a quem o MET dedicou sua exposição de 2014.

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