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Dois homens morrem após ataque a mostra de caricaturas de Maomé

A polícia de Garland (Dallas) matou os dois agressores Um concurso pagava 30.000 reais pelo melhor desenho do profeta

Um policial fortemente armado na exposição de Garland.Foto: atlas | Vídeo: Atlas / EFE

Dois homens morreram abatidos pela política após abrirem fogo na tarde deste domingo na entrada de um centro cultural onde era realizada uma mostra de caricaturas e imagens do profeta Maomé na cidade de Garland, próxima a Dallas (Texas). Os agressores feriram com um disparo um segurança antes de serem mortos pelos agentes. O porta-voz da polícia, Joe Harn, afirmou à Reuters pouco depois do tiroteio que não se sabe quem são os atacantes: “Somente que morreram”.

Por volta das 19h (21h de Brasília) dois homens estacionaram seu veículo nas proximidades do Centro Curtis Culwell, onde era realizada uma mostra/concurso de imagens do profeta Maomé, cuja representação é proibida pelo Islã. Os agressores atiraram e feriram levemente no tornozelo um segurança e a polícia respondeu com um tiroteio no qual os dois agressores morreram. Equipes da SWAT e do FBI chegaram ao lugar para inspecionar os arredores em busca de explosivos.

O ato foi organizado por uma associação a favor da liberdade de expressão e crítica ao Islã chamada American Freedom Defense Initiative. Os organizadores imaginavam que sua “Primeira Exposição anual e concurso de arte sobre Maomé” poderia causar polêmica, e contrataram 40 agentes de segurança. A exposição continha imagens históricas e contemporâneas do profeta, uma ação que é considerada uma blasfêmia para os crentes do Islã. Além disso, o evento incluía um concurso para a melhor caricatura apresentada com um prêmio de 10.000 dólares (30.000 reais).

Após o tiroteio, a polícia, que temia que o carro dos agressores pudesse conter explosivos, enviou uma equipe antibombas e evacuou o centro e os estabelecimentos próximos, incluindo um supermercado Wal-Mart. Algumas publicações no Twitter de pessoas que compareceram à exposição descreveram como as pessoas começaram a cantar músicas patrióticas enquanto esperavam que uma escola próxima fosse evacuada.

Os organizadores enfatizaram que o eixo central do encontro era o direito “à liberdade de expressão garantida pela primeira emenda da Constituição”. O público pagou 25 dólares (75 reais) pela entrada. Um prêmio de 10.000 dólares (30.000 reais) seria oferecido à melhor caricatura do evento.

Tom Trento, um dos líderes da organização, esclareceu que não era um evento “anti-islâmico”. “Espero que ninguém pense isso. A primeira emenda protege todo tipo de expressão e esse é o tema para nós”, disse no início do concurso.

O líder xenófobo holandês Geert Wilders dá um discurso na exposição.
O líder xenófobo holandês Geert Wilders dá um discurso na exposição.LARRY W. SMITH (EFE)

No entanto, Geert Wilders, um líder xenófobo holandês de extrema direita, foi um dos oradores do evento. “Estou em choque, esse é um ataque às liberdades de todos nós”, disse à agência AFP.

A American Freedom Defense Initiative, localizada em Nova York, conseguiu certa notoriedade nacional quando organizou uma campanha contra a construção de um centro islâmico nas proximidades do World Trade Center. Após os fatos da tarde de domingo, sua presidenta, Pamela Geller, escreveu em seu site na Internet: “Isso é uma guerra. Uma guerra contra a liberdade de expressão. O que vamos fazer? Vamos nos render diante desses monstros?” Em janeiro o mesmo centro Curtis Culwell foi o cenário de uma conferência de apoio ao profeta Maomé. A decisão de autorizar a exibição de caricaturas gerou uma certa polêmica na cidade.

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