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Cinco dicas para comer bem e barato no Rio de Janeiro

De Copacabana à Lapa, cinco locais cariocas com rica cozinha tradicional e preços baixos

Bar Brasil, fundado em 1907 no bairro da Lapa.
Bar Brasil, fundado em 1907 no bairro da Lapa.A. M. / Riotur

Com a chamada gourmetização e o encarecimento do custo de vida no Rio de Janeiro, que se prepara para sediar os Jogos Olímpicos em 2016, muitos bares tradicionais estão fechando as portas todos os meses e, em seu lugar, nascem novas e modernas (e caríssimas) versões. Por isso, os locais com o selo BB (bom e barato) são cada vez mas difíceis encontrar.

Mas há luz no fim do túnel. Selecionamos cinco estabelecimentos que sobreviveram em diferentes zonas da cidade e que oferecem cardápios e preços atraentes, perpetuando, dessa maneira, a alma boêmia desta cidade maravilhosa.

01 Adega Pérola (Copacabana)

Interior da Adega Pérola, em Copacabana.
Interior da Adega Pérola, em Copacabana.

Esse típico bar de petiscos portugueses e espanhóis vai em direção oposta à moda de bares hispânicos de estilo gourmet que lotaram a cidade nos últimos anos. A Adega Pérola (Siqueira Campos, 138) oferece petiscos tradicionais como bolinhos de bacalhau, sardinhas fritas, polvo ao vinagrete e ostras, entre outros. Há mais de 70 opções no balcão que podem ser acompanhadas de um chope gelado ou uma taça de vinho. A decoração é típica de taverna: cadeiras e mesas de madeira fixadas no chão. Aberto em 1957, esteve a ponto de fechar em 2010 com o falecimento do antigo proprietário, mas um grupo de amigos e fãs do lugar conseguiu mantê-lo funcionando. “Mantivemos a alma de um bar de petiscos com algo de cozinha portuguesa e um cardápio modernizado com ingredientes atuais. Mas a chave é a mesma: qualidade e informalidade”, afirma Marcelo Paulus.

02 Pavão Azul (Copacabana)

Mesas do bar Pavão Azul, em Copacabana.
Mesas do bar Pavão Azul, em Copacabana.A. Macieira / Riotur

O Pavão Azul (Hilário de Gouveia, 71) é outro exemplo de bar simples que agrada turistas e cariocas. As mesas são de plástico, a cerveja é bem gelada e a comida é boa e barata, como seu famoso arroz de camarões para duas pessoas (cerca de 34 reais). O bar, das irmãs Bete e Vera, atentas a tudo, é conhecido por suas pataniscas de bacalhau e pastéis. Há cerca de dois anos abriram uma segunda unidade do outro lado da rua; o original ficava sempre lotado.

03 Momo (Tijuca)

Bolinho de arroz do bar Momo, na Tijuca.
Bolinho de arroz do bar Momo, na Tijuca.

Do outro lado da cidade, o Momo (General Espírito Santo Cardoso, 50) é um desses bares onde o luxo não está na decoração, mas na cozinha. Pratos como bolinho de arroz, tartare de jiló ou o hambúrguer da casa, criados pelo chef Toninho, já são clássicos da cidade e sempre a preços moderados. A sexta-feira é o dia da famosa feijoada. “Aqui se serve comida de verdade, a preços humanos, algo raro na cidade hoje em dia. A carne assada é a melhor que conheço e, com farofa, dá para três pessoas”, diz o cantor Gabriel da Muda, apaixonado pela gastronomia dos bares. O Momo é um exemplo perfeito do tradicional botequim: comida excelente, clientes cativos, bom preço e sorriso ao atender o cliente.

04 Bar Brasil (Lapa)

Prato do Bar Brasil, aberto em 1907, um dos mais antigos do Rio de Janeiro.
Prato do Bar Brasil, aberto em 1907, um dos mais antigos do Rio de Janeiro.A. Macieira / Riotur

O bairro da Lapa é um dos mais turísticos do Rio, e os novos bares com preços para turistas são cada vez mais frequentes. Mas joias como o Bar Brasil (Avenida Mem de Sá, 90) sobrevivem: um boteco alemão aberto em 1907 cujo cardápio oferece desde kassler (bisteca de porco defumada) até uma boa variedade de salsichas. Local favorito do escritor e jornalista Marcelo Moutinho, que acaba de publicar um livro de crônicas sobre a cidade com locais tradicionais como pano de fundo. Ele recomenda o “frango defumado com salada de batatas e, de sobremesa, strudel com creme de leite” caseiro.

05 Bar da Portuguesa (Ramos)

Bar da Portuguesa, no bairro de Ramos.
Bar da Portuguesa, no bairro de Ramos.

Nos subúrbios cariocas, a tradição dos botequins segue forte. Um bom exemplo é o Bar da Portuguesa (Custódio Nunes, 155), no bairro de Ramos, comandando por Donzília Gomes, a Dondon, uma portuguesa que mora no Brasil desde os anos sessenta. A cozinha é famosa pelo bolinho de bacalhau ou de aipim com carne seca, assim como pelos pastéis de camarão e as sardinhas fritas. O bar tem história: era aqui onde o músico Pixinguinha, um dos grandes nomes do chorinho, costumava se encontrar com o guitarrista Baden Powel e outros destacados personagens da música brasileira.

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